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internacional
Com libra em baixa, Reino Unido atrai turista com compras
CAMPANHA - Após esforço para fazer britânicos passar as férias em casa, país vai tentar atrair visitantes estrangeiros
DA REUTERS
Com a libra esterlina fraca
frente ao euro e ao dólar, mais
turistas são atraídos ao Reino
Unido não apenas por atrações
como o Big Ben ou Stonehendge. Os grandes descontos oferecidos por comerciantes com
problemas financeiros estão
trazendo turistas para as lojas.
Com a economia do Reino
Unido em queda, 2008 foi o ano
mais fraco da libra desde 1971.
A moeda caiu 27% em relação
ao dólar, e o euro ganhou 30%
na comparação com a libra.
No mês passado, o sistema de
trens Eurostar registrou aumento de 15% em passageiros
vindos de Bruxelas e Paris para
o Reino Unido.
Se o país está se tornando um
ímã para caçadores de barganhas, os britânicos no exterior
veem seu poder de compra definhar. Alguns deles consideram fazer viagens mais baratas.
A indústria quer aproveitar
essa tendência para promover
o Reino Unido como o "país
com a melhor relação custo/benefício no Ocidente".
Uma campanha encoraja os
britânicos a ficar em casa. E, em
abril, será lançada uma campanha de 6,5 milhões (US$ 9,4
milhões), com apoio do governo e da indústria turística, na
tentativa de atrair visitantes
vindos de outras partes, a maioria de países da zona do euro e
da América do Norte.
O turismo gera 85 bilhões
por ano diretamente para a
economia britânica, 6,4% do
PIB, ou 114 bilhões com a inclusão de negócios indiretos,
tornando a indústria turística a
quinta maior do país. O grosso
do rendimento, 66 bilhões,
vem de gastos domésticos. A indústria turística precisa que os
britânicos fiquem em casa.
Os britânicos estão explorando opções de viagem mais baratas, como acampamentos. O
Camping and Caravanning
Club afirmou que houve um aumento de 23% nas reservas para 2009 desde novembro, na
comparação com o mesmo período do ano passado.
No entanto, o turismo no
país estava em baixa, abaixo do
crescimento médio mundial,
segundo a Tourism Alliance,
órgão da indústria do turismo.
Para a organização, a participação do Reino Unido nas receitas do turismo global caiu quase 20% nos últimos dez anos, e
o rendimento do turismo doméstico caiu mais de 25%.
O declínio do turismo foi desencadeado pelo surgimento de
casos de febre aftosa em 2001,
passando pelos atentados no
sistema de transporte de Londres, em 2005.
Além disso, o mau tempo e
uma impressão duradoura de
hotéis sujos, baixo custo/benefício e serviços grosseiros não
ajudaram a situação, de acordo
com Christopher Rodriguez,
presidente do VisitBritain, órgão de promoção turística do
país. Ele reconhece que os visitantes enfrentam falhas em
questões básicas e alerta que
centenas de empregos estão em
risco durante a recessão a não
ser que os padrões melhorem.
O interesse dos britânicos
em reservar voos para o exterior caiu 42% na primeira semana de janeiro em relação ao
mesmo período de 2008, segundo a Hitwise, que monitora
atividades na internet.
Isso não significa, porém,
que eles ficarão em casa. "Aparentemente a libra fraca está
desencorajando os voos para a
zona do euro e os EUA, e as pessoas estão procurando destinos
com um câmbio mais favorável", afirmou Robin Goad, diretor de pesquisas da Hitwise.
A Associação de Agentes de
Viagem Britânicos (ABTA, na
sigla em inglês), que representa
agentes e operadores, afirmou
que o Reino Unido irá enfrentar uma dura competição de locais mais baratos, como Turquia, Egito e Marrocos, atrativos para os britânicos em busca
de sol e bom custo/benefício.
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