São Paulo, quinta-feira, 29 de março de 2007

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VULCÃO DE CORES

Capital serve de aperitivo de viagem pela Guatemala

Reserve um dia para ir à Cidade da Guatemala, onde ficam os melhores museus e restaurantes típicos

PRISCILA PASTRE-ROSSI
DA ENVIADA ESPECIAL À GUATEMALA

Depois de um vôo de seis horas e meia São Paulo-Panamá e uma espera de uma hora e 40 minutos na escala para o segundo trecho aéreo -agora de duas horas- até a Guatemala, a última coisa que você deseja é ser parado no aeroporto pela Polícia Federal guatemalteca. Turistas brasileiros ainda são raros no país, e o agente, um tipo sério de uns 50 anos que usava bengala, desconfiava sabe-se-lá-do-quê.
Só sossegou e parou com as perguntas quando o assunto virou futebol. Aí entrou em ação essa espécie de salvo-conduto informal para brasileiros, em que os nomes "Ronaldinho Gaúcho" e "Kaká" abrem portas. O interrogatório policial foi o único imprevisto.
Sem vulcões, sem ruínas maias, sem grandes lagos... Não está na Cidade da Guatemala o principal destino turístico do país. A maioria dos visitantes sai do Aeroporto Internacional La Aurora diretamente para Antigua, lago Atitlán ou Tikal. Mas isso pode ser um erro. Passe um dia na capital para conhecer essa agradável cidade de 1 milhão de habitantes.
Um bom programa é ir logo cedo conhecer o centro e seu indefectível planejamento urbano das colônias espanholas: traçados geométricos cujo epicentro é a "plaza" principal cercada de edifícios do governo e da catedral. O reconhecimento leva pouco mais de uma hora.
Com isso, terá tempo para ir a pelo menos três museus -um pela manhã e dois à tarde, já que todos ficam muito próximos. Comece pelo Museu Nacional de Arte Moderna, com obras de artistas plásticos contemporâneos. Depois, vá ao Popul Vuh (www.maya-archaeology.org/museums/popolvuh/popolvuh.html). Com seu impressionante acervo de arte pré-hispânica e colonial, é dele uma das mais importantes coleções de arte maia do mundo. Ao lado fica o museu Ixchel (museoixchel.org), fascinante passeio pelo mundo do traje indígena e da arte da tapeçaria.
Os bons restaurantes típicos estão nos bairros mais novos. Jante no El Portal del Angel, já nas montanhas nos arredores da capital, e tenha uma vista impressionante da cidade.
A pacata Cidade da Guatemala tem um ritmo suave, exceto às 17h30 às 19h30. Aí, poucos lugares no planeta são mais barulhentos, graças aos multicoloridos ônibus pelas ruas.
É impossível entender, em um primeiro momento, as paradas, para onde vão, quanto custam. Cada um deles traz uma dupla explosiva: um motorista disposto a ignorar o maior número de regras de trânsito usando a buzina e um "ayudante", misto de cobrador, carregador de bagagem e pessoa que vai empurrá-lo para colocar mais gente dentro do veículo. Ele cumprirá ainda o fundamental papel de gritar o itinerário.
Imagine dezenas de ônibus com seus "ayudantes" berrando nomes como "China", para Chinautla, "Ayám", para San Pedro Ayampuc, ou "Guáte 3", para a Zona 3 da cidade. Sim, porque eles berram os destinos pelos apelidos dos lugares. Como os táxis são abundantes e baratos, só pegue ônibus como experiência antropológica.


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