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VULCÃO DE CORES
Capital serve de aperitivo de viagem pela Guatemala
Reserve um dia para ir à Cidade da Guatemala, onde ficam os melhores museus e restaurantes típicos
PRISCILA PASTRE-ROSSI
DA ENVIADA ESPECIAL À GUATEMALA
Depois de um vôo de seis horas e meia São Paulo-Panamá e
uma espera de uma hora e 40
minutos na escala para o segundo trecho aéreo -agora de
duas horas- até a Guatemala, a
última coisa que você deseja é
ser parado no aeroporto pela
Polícia Federal guatemalteca.
Turistas brasileiros ainda são
raros no país, e o agente, um tipo sério de uns 50 anos que
usava bengala, desconfiava sabe-se-lá-do-quê.
Só sossegou e parou com as
perguntas quando o assunto virou futebol. Aí entrou em ação
essa espécie de salvo-conduto
informal para brasileiros, em
que os nomes "Ronaldinho
Gaúcho" e "Kaká" abrem portas. O interrogatório policial foi
o único imprevisto.
Sem vulcões, sem ruínas
maias, sem grandes lagos... Não
está na Cidade da Guatemala o
principal destino turístico do
país. A maioria dos visitantes
sai do Aeroporto Internacional
La Aurora diretamente para
Antigua, lago Atitlán ou Tikal.
Mas isso pode ser um erro. Passe um dia na capital para conhecer essa agradável cidade de
1 milhão de habitantes.
Um bom programa é ir logo
cedo conhecer o centro e seu
indefectível planejamento urbano das colônias espanholas:
traçados geométricos cujo epicentro é a "plaza" principal cercada de edifícios do governo e
da catedral. O reconhecimento
leva pouco mais de uma hora.
Com isso, terá tempo para ir
a pelo menos três museus -um
pela manhã e dois à tarde, já
que todos ficam muito próximos. Comece pelo Museu Nacional de Arte Moderna, com
obras de artistas plásticos contemporâneos. Depois, vá ao Popul Vuh
(www.maya-archaeology.org/museums/popolvuh/popolvuh.html). Com
seu impressionante acervo de
arte pré-hispânica e colonial, é
dele uma das mais importantes
coleções de arte maia do mundo. Ao lado fica o museu Ixchel
(museoixchel.org), fascinante
passeio pelo mundo do traje indígena e da arte da tapeçaria.
Os bons restaurantes típicos
estão nos bairros mais novos.
Jante no El Portal del Angel, já
nas montanhas nos arredores
da capital, e tenha uma vista
impressionante da cidade.
A pacata Cidade da Guatemala tem um ritmo suave, exceto às 17h30 às 19h30. Aí, poucos lugares no planeta são mais
barulhentos, graças aos multicoloridos ônibus pelas ruas.
É impossível entender, em
um primeiro momento, as paradas, para onde vão, quanto
custam. Cada um deles traz
uma dupla explosiva: um motorista disposto a ignorar o
maior número de regras de
trânsito usando a buzina e um
"ayudante", misto de cobrador,
carregador de bagagem e pessoa que vai empurrá-lo para colocar mais gente dentro do veículo. Ele cumprirá ainda o fundamental papel de gritar o itinerário.
Imagine dezenas de ônibus
com seus "ayudantes" berrando nomes como "China", para
Chinautla, "Ayám", para San
Pedro Ayampuc, ou "Guáte 3",
para a Zona 3 da cidade. Sim,
porque eles berram os destinos
pelos apelidos dos lugares. Como os táxis são abundantes e
baratos, só pegue ônibus como
experiência antropológica.
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