São Paulo, quinta-feira, 29 de junho de 2006

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PARQUE NACIONAL

Fotógrafos elegem Fernando de Noronha como um dos melhores lugares para serem clicados no mundo

Fotogênico, arquipélago seduz lentes profissionais

Gustavo Roth
Piscina natural formada na baía dos Porcos; ao fundo as ilhas Dois Irmãos, um dos cartões-postais de Fernando de Noronha


GABRIELA ROMEU
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA EM FERNANDO DE NORONHA (PE)

Esse refúgio ecológico descoberto por Américo Vespúcio em 1503 inebria os olhos de quem o visita. Fernando de Noronha tornou-se parque nacional marinho em 1988 e é um dos exemplos bem-sucedidos de conservação da natureza.
Flagrado pelas lentes de fotógrafos profissionais ou amadores, o arquipélago é bastante fotogênico em seus acidentes geográficos, na fauna marinha e na diversidade de cores das águas. Em terra ou no mar, as cenas capturadas nas ilhotas são dignas de cartão-postal. A baía dos Porcos, as ilhas Dois Irmãos, a baía do Sancho, a praia do Atalaia, a ilha do Frade, os golfinhos-rotadores pululando fora d'água e o lagarto mabuia, que circula com presença, são poses facilmente clicadas pelo forasteiro.
O arquipélago é composto por cerca de 20 ilhas e ilhotas e foi visitado por 54 mil pessoas em 2005. É quase impossível sair dali sem fazer suas próprias fotos ou levar livros de fotos produzidos por quem entende do assunto. A fotógrafa Nicia Guerriero se apaixonou por Noronha logo na primeira visita, em 1999. E prometeu que todos os anos voltaria ao arquipélago para "acertar as contas com a natureza". "Jurei voltar todo ano, nem que fosse só por uma semana. Acordava muito cedo para fotografar, fiz todos os passeios, repeti alguns, fiz amigos turistas e moradores e, toda noite, ia à palestra oferecida pelo Projeto Tamar, em que se ouvem todas as fofocas ambientais", diz Guerriero, que já fez 13 viagens para o arquipélago de Fernando de Noronha. As visitas renderam livros como "Uma Volta por Noronha" e "Caminhos de Noronha", ambos editados pela própria fotógrafa. Especializado em clicar a natureza, Roberto Linsker usa a câmera profissionalmente há 20 anos. Ele visitou pela primeira vez Noronha em 93, quando a ilha era paradeiro somente de aventureiros e mochileiros. Ou seja, não existia a infra-estrutura de pousadas, restaurantes e agências de turismo de hoje.
"Naquela época a mídia não considerava Fernando de Noronha como um grande destino. Isso mudou nos últimos dez anos. Hoje a ilha é local para aventureiros, baladeiros e endinheirados. Diversificou bastante", conta. Linsker classifica Noronha como "um mundo mutável".
"Existe algo de imponente naquele lugar, talvez até pela origem geológica, pela vida marinha, pelo o que se vê a olho nu." No ranking dos "top five" dos lugares mais bonitos de serem fotografados Brasil afora, ele diz que o arquipélago está na lista. "Fernando de Noronha é um lugar contemplativo, onde a força da natureza é presente."
Outro veterano das lentes, Ary Amarante tem Fernando de Noronha como paradeiro certo para unir duas grandes paixões: mergulho e fotografia.
Ele também visitou o arquipélago pela primeira vez em 99 e, de lá para cá, já esteve na ilha outras quatro vezes. Especialista em fotografia subaquática e instrutor de mergulho, Amarante explica que Fernando de Noronha apresenta visibilidade de até 20 metros de profundidade, principalmente no lado voltado para o Atlântico (o chamado mar de Fora), em boa parte do ano. "Encontros com grandes peixes não são incomuns, já que existe uma política bem estabelecida de preservação no arquipélago."
Confira dicas de fotógrafos profissionais sobre os melhores passeios de Noronha e encha seu álbum com imagens memoráveis.

Gabriela Romeu viajou a convite da CVC

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