|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
SUÍÇA SALVA
Linha férrea de 1912 escavada na rocha leva a encontro de glaciares, admirado de platô a 3.571 m de altitude
Jungfraujoch espreita grande rio de gelo
DA ENVIADA ESPECIAL À SUÍÇA
É uma subida sem fim. Vai esfriando cada vez mais, e os casacões vão saindo das bolsas. Mas
ninguém reclama, porque a janela
do trem é vitrine para uma paisagem alva e serena. A linha férrea
sobe por entre -e dentro de-
montanhas cobertas de gelo. O
destino é um mirante no platô
Jungfraujoch, que revela a região
das montanhas Jungfrau e Bietschhorn e do glaciar Aletsch, a primeira área alpina considerada patrimônio da humanidade.
No início, a viagem é quente,
partindo da pequenina Interlaken, a 96,5 km de Zurique. Os pinheiros e a grama que dominam
as terras baixas vão dando lugar a
montanhas que parecem ter sido
salpicadas de neve -o intenso
gelo do cume escorre em fios que
se enfraquecem ao chegar à base.
Depois, são 7 km de túneis abertos nas rochas, somando duas horas de chacoalhar de trem.
A estação final -a mais alta da
Europa, 3.454 m acima do mar-
fica no interior do Jungfraujoch,
entre as montanhas Mönch e
Jungfrau, e foi construída de 1896
a 1912.
Fora do trem, um elevador leva
ao observatório Sphinx, a 3.571 m
de altura, onde é impossível não
ficar boquiaberto. Um terraço revela o nascimento de um glaciar,
ou seja, uma grande massa de gelo
(formada quando a queda de neve
suplanta o degelo), que se desloca
lentamente montanha abaixo.
Nesse caso, trata-se do Aletsch, o
mais longo rio de gelo da Europa,
com 22 km, que surge na Konkordiaplatz, ou praça da concórdia,
fruto da união de glaciares menores. Do lado direito, está o pico
Mönch, com 4.107 m; do esquerdo, a Jungfrau, com 4.158 m.
A era do gelo
Ali, qualquer um se sente no filme "Superman" (1978), nas cenas
iniciais, quando Clark Kent ainda
está em sua casa de cristal, no planeta Krypton -não à toa, o lugar
recebe o nome de Palácio de Gelo.
São diversos túneis escavados no
Aletsch, a 20 m da superfície. O
congelador-labirinto, a 2 graus
Celsius negativos, é entremeado
de esculturas de gelo. Como a
brincadeira existe desde 1934, pode-se imaginar o número astronômico de tombos que o piso escorregadio já deve ter provocado.
(JULIANA DORETTO)
Jungfraujoch - A passagem, a partir de
Interlaken, custa CHF 150 (R$ 261), com
guia. Com o Swiss Pass, CHF 12 (R$ 21).
Texto Anterior: Suíça salva: Bucolismo aquece passeio entre pedras Próximo Texto: Fim de semana / São Roque - 59 KM de SP: Flor roxa vira estrela em estância turística Índice
|