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BOAS FESTAS
Renovada, cidade atrai interessados em cultura
Em reconstrução desde a queda do muro, capital alemã tem noite agitada e monumentos restaurados
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM BERLIM
Cosmopolita, Berlim é um
convite permanente aos amantes de novas tendências e de
cultura. Capítulo da história da
Europa a céu aberto, a cidade
ainda está em plena metamorfose. Desde a queda do Muro de
Berlim, símbolo da Guerra
Fria, a capital alemã vive em
constante reconstrução.
Ainda assim, por toda parte é
possível encontrar lembranças
de quando Berlim era dividida.
"Ich bin eir Berliner", a célebre
frase de John F. Kennedy retratava o sonho de ser livre.
Hoje, liberdade é um estilo
de vida para os berlinenses. Visitar a cidade é mergulhar nesse estado de espírito. Nesta
época do ano, há um motivo a
mais para quem visita Berlim: a
magia dos "Weihnachtsmarkt"
(mercados de Natal).
Com uma programação especial, nada menos que 50 mercados de Natal estão espalhados
pela cidade. E, na comemoração do Ano Novo, concertos e
shows de fogos de artifício no
portão de Brandenburgo, o cartão-postal de Berlim.
Durante quase 30 anos, as
portas de Brandenburgo ficaram bloqueadas para o tráfego
de pedestres e automóveis. Esse monumento neoclássico
passou a ficar em Ost Berlin, o
lado oriental da cidade ocupada
pelos soviéticos, depois da
construção do Muro de Berlim.
Até a reunificação do país,
em 1990, o espaço que o rodeava era território neutro, uma
área conhecida como "terra de
ninguém". Atualmente, é possível ver no chão da rua a marca
deixada pelo Muro de Berlim e
visitar a sala do Silêncio, administrada pelas Nações Unidas,
para que os visitantes reflitam
sobre a paz.
O que restou do "Der
Mauer", nome do muro em alemão, pode ser visto em três
pontos da cidade. Um deles é a
East Side Gallery, a galeria de
pintura mais longa do mundo.
São 1.300 metros de ilustrações
feitas por 106 artistas em 1990.
Perto da Potsdamer Platz
também é possível ver alguns
pedaços do muro grafitado. Um
memorial e o Centro de Documentação do Muro retratam a
vida cinzenta do ex-lado socialista de Berlim. Lá, os 300 metros do Muro estão intactos.
Assim como fênix que renasceu das cinzas, Berlim, que teve
50% dos prédios destruídos na
Segunda Guerra Mundial, foi
refeita, preservando os elementos originais.
Conseguiu se transformar
numa cidade descolada, com
excelentes museus, monumentos restaurados e vida noturna
agitada. "Berlim é como Nova
York nos anos 80", escreveu recentemente o jornal "The New
York Times.
O contraste dos estilos arquitetônicos é um dos pontos altos
da capital alemã. Há 50 anos,
grandes nomes da arquitetura
modernista da época, como Le
Corbusier, Oscar Niemeyer, Alvar Aalto, Walter Gropius e Arne Jacobsen assinaram projetos em Berlim Ocidental.
A vanguarda do período pós-Muro de Berlim também deixou sua marca: Norman Foster,
Rem Koolhaas, Renzo Piano,
Frank Gehry, Jean Nouvel e Richard Rogers. A tendência continua, sem retocar as cicatrizes
da cidade. O rosto virado para o
futuro faz de Berlim um lugar
único e imperdível.
(LETÍCIA FONSECA-SOURANDER)
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