São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2006

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AUSTRAL
Glaciares esculpem os contornos patagônios

Jaime Bórquez
Geleira desemboca em lago; relevo da região é fruto do peso das massas de gelo milenares; há pelo menos uma dezena de glaciares no entorno de Puerto Natales


COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO CHILE

Os contornos geográficos da Patagônia têm sido delineados pelas geleiras. Pampas, morros e colinas arredondadas, as chamadas morrenas glaciais, assim como fiordes, canais e estreitos, foram e são esculpidos, arranhados e polidos pelo peso das massas de gelo milenares.
Há pelo menos uma dezena de geleiras ao redor de Puerto Natales. Algumas estão na orla de fiordes (a palavra deriva do vocábulo norueguês "fjord", que significa canal fechado produzido por degelo), como o Pio 11, o maior do Cone Sul, ou o Amalia.
Vir até a Patagônia e não ver geleiras é como ir à Disney e não ver o Mickey. Há passeios de um dia, a bordo de catamarãs, para observá-las bem de perto. A viagem mais comum é ao Parque Nacional Balmaceda, onde se visita a lagoa e geleira Serrano. Em menos de três horas de navegação, o turista chega ao pequeno cais do parque e, depois de uma caminhada suave de uma hora, está aos pés da geleira imponente.
Na lagoa flutuam icebergs -quem deseja mais emoção pode andar de caiaque ou em zodiac a motor (espécie de barco inflável) por entre o gelo.
Agora, se deseja ter uma overdose de geleiras, faça o passeio até o canal de las Montañas. Aqui se pode tocar a geleira Bernal e gastar a memória da sua câmera fotográfica, sem ficar arrependido, para imortalizar as geleiras Alsina, Zamudio e Paredes. Tudo isso com direito a um bom uísque com gelo milenar, é claro.
Mas, se tudo isso ainda lhe parece brincadeira de criança ou turístico demais, então você é potencial explorador e participante de uma caminhada no gelo, por entre as fendas da geleira Grey, dentro do famoso Parque Nacional Torres del Paine.
Adrenalina pura e paisagens jamais imaginadas, aventura que requer vontade e coragem.
(JAIME BÓRQUEZ)


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