São Paulo, quinta-feira, 30 de março de 2006

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ESTÂNCIA AUSTRAL

Cultura gaúcha guia cavalgada; mate rega passeio que termina com refeição à moda patagã

Travessia em lombo de cavalo leva à vida nativa baqueana

COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, NO CHILE

A cultura gaúcha não é propriedade da região Sul do Brasil. Ela está presente também no Uruguai e no sul da Argentina, com os gaúchos, e no extremo sul do Chile, com os baqueanos.
Ir a Natales é respirar essa cultura. Visitar a região é sinônimo de andar a cavalo pelos pampas, tomar chimarrão e, claro, comer um churrasco de cordeiro ao mais puro estilo patagão.
Um bom passeio a cavalo, sem lastimar nossa anatomia nem sofrer às tampas, é subir até o topo do morro Dorotea, guarda-costas geográfico de Puerto Natales.
O passeio é suave, sem encostas íngremes e trajetos perigosos, com várias paradas -que permitem admirar a paisagem. A inexistência de poluição atmosférica permite ver os extensos pampas.
Para almas citadinas, cujo horizonte sempre está oculto pelo prédio vizinho, sair de cavalgada com os baqueanos, os gaúchos dessas terras, é enriquecedor.
Aprende-se um pouco de tudo: rédeas, montarias, laços, estribeiras, baguais e, ainda, como se prepara e se serve, com humildade e respeito, um bom mate, ou chimarrão. Também se aprende que, se o cavalo perceber nossa ignorância sobre a arte de cavalgar, fará gato e sapato de nós. Portanto, mostre a eles quem é que manda.
Ao chegar ao cume do morro Dorotea, a paisagem nos faz esquecer da dor no bumbum e paramos de amaldiçoar a bendita hora em que desejamos brincar de John Wayne.
Da borda da falésia quase vertical, tem-se Puerto Natales literalmente aos pés -assim como o canal Señoret, o golfo Almirante Montt e lagos. Daqui também se tem perfeita visão da cordilheira Paine. Se não fossem o churrasco preparado nas brasas de carvalho, o vinho e o chimarrão lá embaixo, a vontade de regressar seria infinitamente menor.
As cavalgadas podem ser de um passeio de meio dia a travessias que duram mais de uma semana, com hospedagem em estâncias (fazendas). Estas últimas só devem ser encaradas por quem tem experiência como ginete.
(JAIME BÓRQUEZ)

Cavalgada ao Dorotea - tel.: 00/xx/56/952-2659 (Adan Paredes) e 00/xx/56/9467-6271 (família Saavedra-Uribe).


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