Com a libra esterlina agora mais em conta, a capital do Reino Unido está mais acessível nesta primavera

Pedro Carrilho/Folha Imagem

Vista noturna da Tower bridge, peça de engenharia vitoriana concluída em 1894; com 40 metros de altura e 60 de largura quando suspensa, ela abriga um museu e é um dos símbolos de Londres

MARINA DELLA VALLE
ENVIADA ESPECIAL A LONDRES

A queda da libra esterlina em relação ao euro -as moedas agora estão quase equiparadas, valendo, respectivamente, cerca de R$ 3,20 e R$ 2,90- pode não ser algo bom para quem recebe na moeda inglesa, mas é uma boa notícia para os brasileiros que desejam visitar Londres (www.visitlondon.com e www.visitbritain.com.br). O velho bordão "UK rules OK" - algo como "o Reino Unido vai muito bem"- dá bem a medida da perenidade dessa metrópole, que foi a Londinium dos romanos; a inquebrantável Londres da Segunda Guerra Mundial (1939-1945); a "Swinging London" do pop, rock e da minissaia nos anos 1960 e que, agora, já se prepara para as Olimpíadas de 2012. Londres acolhe interesses diversos com a mesma energia -mas é necessário fazer visitas intensas para conhecer bem essa vibrante capital. Lar de expoentes de várias áreas do conhecimento, a metrópole, bem sinalizada e dona de mobiliário urbano único, é pontilhada pelas "blue plaques" (www.english-heritage.org.uk), placas azuis que sinalizam onde viveram personalidades. Um exemplo é Virgina Woolf (1882-1941), uma das londrinas mais festejadas. Fã da sua cidade natal, ela está mencionada em várias placas que apontam casas onde ela viveu, em bairros como Kensington e Bloomsbury, região que batizou o grupo de intelectuais integrado pela autora. Mesmo fora de Londres, a obra dessa escritora serve de guia para passeios: caso de Richmond, na Grande Londres, que também inspira um dos roteiros literários.


A dança das mudanças
Quem mal pode esperar pela Olimpíada de 2012 deve conferir as mudanças urbanísticas na região leste -transformação que, no entanto, não agrada o escritor Iain Sinclair. Morador de Hackney, Sinclair acha ruim a profusão de edifícios modernos. Se o desejo é ver de perto as mudanças nessa região, o passeio por ali leva a mercados, galerias e brechós. Caso o interesse do visitante seja a moda, um passeio por Londres, sempre antenada para novas tendências, e por seus museus, como o Victoria & Albert, pode equivaler a uma aula. Ali, nesse museu de South Kensington, desfilam obras de figuras antológicas do mundo "fashion", do fotógrafo e cenógrafo Cecil Beaton a Mary Quant, inventora da minissaia, passando por Vivienne Westwood, a "estilista do punk". Já quem se interessa pela história da realeza tem, agora, uma oportunidade. É que 2009 marca o aniversário de 500 anos da coroação de Henrique 8º (1491-1547), um dos reis mais conhecidos na história real britânica, motivo de exibições e de eventos especiais. A mostra das armaduras de Henrique 8º, na torre de Londres, e de documentos e imagens, na British Library, revelam detalhes da história do monarca que teve seis mulheres -e que decapitou duas delas, sendo ainda responsável pelo afastamento da Inglaterra do catolicismo, criando a Igreja Anglicana. Em Hampton Court, a imersão na corte de Henrique 8º inclui encenações diárias do casamento do rei com sua última mulher, Catarina Parr. Confira a programação relacionada aos 500 anos da coroação desse rei em Londres e em Hampton Court.

Diversidade divertida
Apesar dos preços, agora um pouco mais módicos, Londres é uma anfitriã generosa. Em constante reinvenção, não descuida de sua herança histórica, acolhe com estilo viajantes de todos os quadrantes do mundo. É, ainda, um destino onde há tanto para ver que cada um encontra uma Londres diferente, dependendo das suas áreas de interesse.
Em tempo de primavera no hemisfério Norte, esta edição mostra um cenário de parques verdejantes, disponível para longas caminhadas. Entre junho e agosto, quando é verão na vibrante capital do Reino Unido, espera-se que o valor da libra esterlina continue dando algum refresco para o turista.