TONI PIRES
enviado especial a Missões

Os Sete Povos das Missões e suas ruínas são os últimos sinais de uma singular civilização gerada a partir do convívio do jesuíta europeu com o indígena, no século 17.
Com o objetivo da "redução" dos índios à fé cristã, os integrantes da Companhia de Jesus criaram comunidades com uma organização socioeconômica quase auto-suficiente, dimensionada para abrigar cerca de 5.000 pessoas. Elas mantinham observatório astronômico e prensas tipográficas.
Para ter uma idéia, em 1740, a redução de São Miguel tinha 7.000 habitantes. Hoje, a população do município de mesmo nome é de 3.500 moradores.
As "reduções" conseguiram transformar os índios, que eram caçadores, em criadores de gado.
Em 1750, após um tratado entre Portugal e Espanha, as missões, que eram espanholas, foram trocadas pela colônia de Sacramento (hoje no Uruguai).
Dos Sete Povos originais -São Borja, São Nicolau, São Miguel, São Luiz Gonzaga, São Lourenço, São João Batista e Santo Angelo-, restam quatro.
Em Santo Angelo, São Borja e São Luiz, foram construídas as cidades sobre as ruínas das missões.
Patrimônio da humanidade
São Miguel preserva o melhor exemplo do que era a arquitetura dos povoados missionários.
O sítio arqueológico foi declarado patrimônio da humanidade pela Unesco em 1983. Situado no município de mesmo nome, sua atração mais interessante são as ruínas da igreja.
Em 20 hectares de sítio, estão ainda a praça, o Pátio do Colégio, vestígios do cemitério e das casas dos índios. São Miguel também oferece o museu das Missões, criado na década de 40, que abriga uma das maiores coleções de arte sacra do barroco missioneiro.
Em São Miguel, você pode ainda apreciar um espetáculo de som e luz que acontece todas as noites e saborear bons pratos.