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Baleias encantam turistas no litoral catarinense
Amamentando, baleia-franca-austral visita agora costa de Santa Catarina; em passeio, repórteres viram dez desses cetáceos de até 17 m e 60 ton
Biólogo acompanha passeio de barco com os turistas e faz um monitoramento dos mamíferos marinhos
Fotos Apu Gomes/Folhapress
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Baleia-franca-austral mostra cauda sobre a superfície da água na praia de Gamboa, em Garopaba; animais aparecem em Santa Catarina para acasalar e amamentar seus filhotes
GABRIELLA MANCINI
ENVIADA ESPECIAL A SANTA CATARINA
No litoral sul de Santa Catarina, a uma hora de carro
de Florianópolis, turistas,
pescadores e surfistas compartilham as águas do Atlântico com uma visitante de peso: a baleia-franca-austral.
A espécie vem à região para acasalar, ter filhotes e
amamentar, migrando da
Antártida para o Brasil, onde
fica de julho a novembro.
"Escolheram essa zona
por ser de águas quentes e
tranquilas, longe de seus predadores naturais [como orcas e tubarões]", conta a bióloga Mônica Pontalti, coordenadora da equipe de pesquisadores da ONG Instituto
Baleia Franca (IBF).
Em parceria com a operadora Turismo Vida Sol e Mar
(licenciada pelo Ibama), o
IBF faz passeios diários de
barco para observar baleias
(em inglês, "whale watching"). Neste ano, a saída
ocorre em Garopaba, a 80 km
da capital e próximo à praia
do Rosa, onde os turistas preferem se hospedar.
São exigidos alguns cuidados na observação de baleias. A tripulação veste salva-vidas e capa impermeável. Alguns preferem tomar
remédio para náusea.
A bordo, há sempre um
biólogo, que aproveita para
monitorar os animais (também feito por céu e terra). O
motor é desligado a 100 metros da baleia para evitar ferimentos e não assustá-la.
Não é permitido tocar as
baleias porque, além de espantá-las, pode haver contaminação. O capitão Denis
dos Santos, 30, que nos conduziu, solicitou ainda que a
tripulação evitasse se levantar e bater os pés no chão.
Nem precisaria pedir. Ao
avistar uma baleia, o rebuliço é geral. No entanto, à medida que ela se aproxima, curiosa, o silêncio se instaura.
Ficamos imóveis, em suspense. A baleia -que chega a
até 17 metros e 60 toneladas- chega a tocar o barco.
Ouvimos sua respiração, enquanto prendemos a nossa.
"Elas vivem na monotonia
da Antártida. Quando notam
a tripulação, se aproximam
para fazer contato. Elas se divertem, exibem seu balé",
diz o empresário argentino
Enrique Litman, presidente
do IBF. Ao todo, avistamos
dez baleias em nosso passeio, entre adultos e filhotes.
Elas recebem apelidos que
ajudam a identificá-las. Em
2009, o destaque foi a baleia
Michael Jackson, hiperativa,
com traços de albinismo.
Neste ano, a Charmosa se
difere por ter calosidade nos
lábios, e não apenas na cabeça; e a Daiane dos Santos recebeu o apelido porque, ao
avistar o barco, saltou.
Elas chegam "gordinhas",
mas, como não se alimentam
por ali (não há krill, minicrustáceo, base de sua dieta),
ao final da temporada podemos ver suas vértebras marcando a pele. Hora de voltar.
GABRIELLA MANCINI e o repórter-fotográfico APU GOMES viajaram a convite
da Secretaria de Turismo Cultura e Esporte
do Estado de Santa Catarina, da Santur e da
operadora Vida Sol e Mar
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