São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2007

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Ida à China equivale a viajar na máquina do tempo para o futuro

Há menos de 30 anos aberto para o mundo, país cresce em ritmo alucinante

CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL

Visitar a República Popular da China é como entrar em uma máquina do tempo que acelera em direção ao futuro. E em nenhum lugar a vertigem da mudança é tão evidente como em Xangai, o cartão-postal da exuberância econômica do antigo Império do Meio.
O crescimento médio anual de 9,6% por quase três décadas não é uma cifra abstrata -e é visível na paisagem mutante das grandes cidades.
Prédios são levantados em velocidade recorde, novas ruas aparecem em questão de semanas e remanescentes da velha China deixam de existir da noite para o dia.
Nenhum país mudou tanto em tão pouco tempo. Fechada para o mundo até 1978, a China abraçou a globalização com fervor e se transformou no destino preferido de investimentos estrangeiros diretos entre os países emergentes.

Turismo à chinesa
Na mão contrária, os chineses começam a conquistar o mundo: investem cada vez mais no exterior e já ultrapassaram o Japão como origem do maior grupo de turistas da Ásia. Até 2017, eles devem assumir a liderança no ranking dos que mais viajam pelo mundo.
No espaço de um ano, entre dezembro de 2005 e dezembro de 2006, a China pulou da sétima para a quarta posição entre as maiores economias do mundo, deixando para trás Itália, França e Inglaterra.
Antes do fim de 2007, vai ultrapassar a Alemanha e assumir o terceiro lugar, perdendo apenas para os Estados Unidos e o Japão.
Tudo na China é superlativo. O país tem a maior população do mundo, com 1,3 bilhão de pessoas, o equivalente a 20% dos habitantes do planeta. Também tem o maior número de aparelhos celulares (480 milhões) e a segunda maior população de internautas (140 milhões de usuários).
O reino das bicicletas migra rapidamente para as quatro rodas e já é o segundo maior mercado automobilístico do globo. Para alimentar seus carros e sua economia, a China se transformou no segundo maior consumidor de petróleo. Até 2008, ganhará o nada honroso título de maior poluidor do mundo, acima dos Estados Unidos.

Barreira da língua
Apesar dessa mudança vertiginosa, a língua continua a ser um problema para os estrangeiros. O inglês está longe de ser disseminado e palavras que ocidentais julgam universais, como "airport", "telephone" ou "toilet", são absolutamente inúteis na China.
Para completar, nosso alfabeto é tão enigmático para eles quanto os ideogramas do mandarim para nós.
A saída é ter por escrito, em chinês, os nomes e endereços dos lugares a serem visitados. Os grandes hotéis têm formulários prontos com as principais atrações, que o turista pode mostrar ao motorista de táxi.
Para os demais destinos, uma boa ajuda são as revistas que trazem o roteiro cultural e gastronômico de Xangai e Pequim, como "Cityweekend". Nelas, todos os endereços têm uma versão em mandarim.


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