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Ida à China equivale a viajar na máquina do tempo para o futuro
Há menos de 30 anos aberto para o mundo, país cresce em ritmo alucinante
CLÁUDIA TREVISAN
DA REPORTAGEM LOCAL
Visitar a República Popular
da China é como entrar em
uma máquina do tempo que
acelera em direção ao futuro. E
em nenhum lugar a vertigem da
mudança é tão evidente como
em Xangai, o cartão-postal da
exuberância econômica do antigo Império do Meio.
O crescimento médio anual
de 9,6% por quase três décadas
não é uma cifra abstrata -e é
visível na paisagem mutante
das grandes cidades.
Prédios são levantados em
velocidade recorde, novas ruas
aparecem em questão de semanas e remanescentes da velha
China deixam de existir da noite para o dia.
Nenhum país mudou tanto
em tão pouco tempo. Fechada
para o mundo até 1978, a China
abraçou a globalização com fervor e se transformou no destino preferido de investimentos
estrangeiros diretos entre os
países emergentes.
Turismo à chinesa
Na mão contrária, os chineses começam a conquistar o
mundo: investem cada vez mais
no exterior e já ultrapassaram o
Japão como origem do maior
grupo de turistas da Ásia. Até
2017, eles devem assumir a liderança no ranking dos que
mais viajam pelo mundo.
No espaço de um ano, entre
dezembro de 2005 e dezembro
de 2006, a China pulou da sétima para a quarta posição entre
as maiores economias do mundo, deixando para trás Itália,
França e Inglaterra.
Antes do fim de 2007, vai ultrapassar a Alemanha e assumir o terceiro lugar, perdendo
apenas para os Estados Unidos
e o Japão.
Tudo na China é superlativo.
O país tem a maior população
do mundo, com 1,3 bilhão de
pessoas, o equivalente a 20%
dos habitantes do planeta.
Também tem o maior número
de aparelhos celulares (480 milhões) e a segunda maior população de internautas (140 milhões de usuários).
O reino das bicicletas migra
rapidamente para as quatro rodas e já é o segundo maior mercado automobilístico do globo.
Para alimentar seus carros e
sua economia, a China se transformou no segundo maior consumidor de petróleo. Até 2008,
ganhará o nada honroso título
de maior poluidor do mundo,
acima dos Estados Unidos.
Barreira da língua
Apesar dessa mudança vertiginosa, a língua continua a ser
um problema para os estrangeiros. O inglês está longe de
ser disseminado e palavras que
ocidentais julgam universais,
como "airport", "telephone" ou
"toilet", são absolutamente
inúteis na China.
Para completar, nosso alfabeto é tão enigmático para eles
quanto os ideogramas do mandarim para nós.
A saída é ter por escrito, em
chinês, os nomes e endereços
dos lugares a serem visitados.
Os grandes hotéis têm formulários prontos com as principais
atrações, que o turista pode
mostrar ao motorista de táxi.
Para os demais destinos, uma
boa ajuda são as revistas que
trazem o roteiro cultural e gastronômico de Xangai e Pequim,
como "Cityweekend". Nelas,
todos os endereços têm uma
versão em mandarim.
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