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CHINA
Luta de calculadoras marca as compras nas lojas da cidade
Compra de eletrônicos requer atenção, pois muitas lojas não dão nota e deixam o cliente sem garantia
DA ENVIADA ESPECIAL A XANGAI
Fazer compras em Xangai é,
não raro, uma aventura. Primeiro, porque a maioria dos
vendedores não fala inglês, o
que torna mais complicado obter informações; segundo, porque é costume entre os chineses não aceitar logo de cara o
preço proposto para um produto: é preciso pechinchar.
A pergunta "How much?" ou
uma olhada mais atenciosa para algum objeto são as senhas
para deflagrar todo o processo.
Cria-se então um ritual quase
teatral e que se repete tantas
vezes quantas forem necessárias, até que alguém ceda.
De um lado, o vendedor, com
uma calculadora na mão, digita
o preço que acha que deve ser
pago pelo produto, normalmente bem superior ao seu valor de fato. De outro, o possível
comprador pega a calculadora e
faz a sua contraproposta, que,
provavelmente, será negada.
Inicia-se então uma nova rodada de ofertas e contra-ofertas
e, assim, sucessivamente, conforme cada lado saca a calculadora para fazer sua proposta.
Quando os ânimos se acirram, até tapas entram na rodada. Vendedoras exaltadas batem nos braços dos clientes
tentando convencê-los. Clientes impacientes que resolvem
ir embora são perseguidos pelos vendedores, que os cutucam
com suas calculadoras para
tentar chegar a um acordo.
Blefar uma desistência ajuda
a baixar o preço do produto, e a
insistência do cliente nesse
braço-de-ferro costuma compensar. Depois de muitas teclas
digitadas -e de um ou outro tapa-, um blazer de seda de 680
yuans (R$ 170) pode chegar a
180 yuans (R$ 45).
Interessados em seda devem
visitar o Museu da Seda, em
que atendentes explicam como
são extraídos os fios, e o Fabric
Market, onde é possível encomendar peças sob medida.
Quem estiver em busca de
eletrônicos deve ter cuidado.
Embora existam inúmeros
shoppings dedicados a computadores, TVs de plasma e tocadores de MP3, muitas lojas não
emitem nota fiscal e deixam os
consumidores à mercê do risco
de levar um produto que não
funciona. Mercadorias falsificadas também são encontradas
às pencas. Para grifes famosas,
uma opção é o Super Brand
Mall, em Pudong, conhecido
como o maior shopping da Ásia.
(MARIANA BARROS)
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