São Paulo, quinta-feira, 31 de maio de 2007

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mercadões

Campineiros vão às compras para fazer e para rever amigos

TEM ATÉ FUMO DE ROLO Em espaço equivalente a um campo de futebol, dá para gastar a sola entre os 143 boxes

ANDRÉ JULIÃO
COLABORAÇÃO PARA A FOLHA, EM CAMPINAS

Os fãs do Mercado Municipal de Campinas preferem o lugar aos hiper ou supermercados por uma razão muito simples e, em certo sentido, atraente: lá, eles são tratados como amigos, não como meros clientes.
É no mais antigo centro de compras de Campinas -que foi inaugurado há quase cem anos, em 1908- que amigos de longa data se encontram. Eles se espalham pelos 7.000 m2 do mercadão (tamanho equivalente a um campo de futebol) e seus 143 boxes (98 no prédio central e 45 na parte externa). Os números são da Setec (Serviços Técnicos Gerais), autarquia que administra o lugar.
Isso sem dizer que é só no mercadão que ainda é possível se deparar com produtos como o fumo de rolo (R$ 50 o quilo) e a palha para cigarro (R$ 1 o pacote com 20 unidades).
No meio dessa enorme diversidade de produtos também há material para pesca, peixes ornamentais, artigos religiosos, queijos, doces, carnes e peixes.
O advogado Roberto José de Oliveira, 56, conhecido no mercadão como Manguaça, freqüenta o lugar quase diariamente há 30 anos. Além de fazer compras para sua casa, ele vai até lá para apreciar a iguaria considerada entre os freqüentadores uma verdadeira pérola gastronômica. "O pastel é maravilhoso. Às vezes eu venho só para almoçar essa delícia", diz.
O melhor da cidade, segundo ele, fica no Bar e Lanchonete do Tio, no boxe 111, que está há oito anos sob administração de Rafael Donizete Silva, 24. O líder de vendas é o que leva recheio de bacalhau (R$ 3). Silva não alardeia o peso do produto, como fazem outros vendedores de pastel, mas garante que o dele é "bem servido". Manguaça assina embaixo.
Além de seu preferido, com bacalhau, no Bar e Lanchonete do Tio tem também o pastel de carne (R$ 1,50), o de pizza e o de frango (ambos R$ 2) e os bolinhos de bacalhau (2,50) e de carne seca (R$ 2). Entre as cervejas, sempre geladas, tem Antártica (R$ 2,30), Brahma, Skol (2,70) e Brahma Extra (3,50). Mas o que mais leva clientes ao mercadão é a grande variedade de "secos e molhados" e de frutas, legumes e verduras frescos.
Aos finais de semana, o número de visitantes chega a 4.000 pessoas. Na véspera de datas comemorativas, como Páscoa e Dia das Mães, o público chega a 10 mil. Um dos que comemoram essas ocasiões é José Antônio Peres, 50, o Toni. Há 33 anos ele vende frios, bacalhau e temperos no boxe 68.
No negócio herdado do pai, Toni toca com a mulher, Eloísa Bandiera Peres, 50, o Feijoada Brasileira. Lá, o cliente -quer dizer, o amigo- encontra diferentes tipos de carne seca (de R$ 6, a ponta de agulha, a R$ 11,50, a de coxão mole), bacon (de R$ 6 a R$ 16) e azeites (R$ 10 o mais barato, 18,50 o extravirgem), além da pimenta (R$ 7,50 o litro) e de um item que, garante, só é encontrado por ali: o arenque defumado (R$ 35 o quilo), um peixe norueguês muito apreciado em Portugal e na Itália, que pode ser servido como um delicioso tira-gosto.


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