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ROTA LAICO-RELIGIOSA
Energia e calma resumem vida à moda riojana
Mais antiga zona vinícola da Espanha reúne mais de 500 bodegas e tem até museu sobre a bebida
DA ENVIADA ESPECIAL À ESPANHA
Os locais dizem: "Vivir a la
riojana", viver à moda riojana.
Desfrutar a vida com energia
mas com calma, tomando-a
com leveza e com bom humor.
E sempre disposto a celebrar
com uma boa taça de vinho.
Além de central na história
do caminho de Santiago, a região da Rioja abriga a zona vinícola mais conhecida da Espanha, fruto de uma tradição conservada desde a Idade Média,
nos monastérios.
A cultura do vinho rega toda
a região, e, assim como os bilbaínos, os riojanos são adeptos
do "chiqueteo".
Na capital Logroño, porta de
entrada para o peregrino na
Rioja, o lugar por excelência para o "chiqueteo" e para experimentar as especialidades gastronômicas regionais -os
champignons, os pimentões e
os embutidos- é a rua Laurel.
Em 1898, havia apenas cinco
bodegas registradas na região.
Nos anos 70, esse número passou para 30 e, hoje, já são mais
de 500 bodegas com a denominação da Rioja, que mesclam
métodos de elaboração tradicionais e técnicas modernas.
Destas, mais de 50 bodegas
estão abertas para visitação turística, 20 são centenárias e seis
oferecem cursos de degustação.
As mais antigas e famosas ficam na região de Haro, mas há
importantes bodegas também
em Navarrete.
Uma delas é a Adega Corral,
que homenageia Santiago e o
caminho com seu vinho chamado Don Jacobo. Produz ainda um vinho de autor, o Altos
de Corral, 100% tempranillo e
com vinhas cultivadas a 600
metros de altitude, sem inseticidas. É a única bodega do século 19 da Rioja que está dentro
do caminho, abrigando em sua
área vestígios de um hospital de
peregrinos.
Fundada há mais de um século, essa bodega tem 40 hectares de vinhedos próprios e também se abastece de pequenos
proprietários regionais. Cerca
de 75% da produção é destinada à exportação (Brasil excluído) e vendida diretamente a
hotéis, restaurante e vinotecas.
Museu do vinho
Em Briones, a Dinastía Vivanco (www.dinastiavivan
co.com) abriga, além de vinhedos e seis bodegas, o museu da
Cultura do Vinho, com a pretensão de ser um ponto de referência internacional sobre a
história da bebida.
A vinícola foi criada em 1915
e está na quarta geração da família Vivanco.
Desde o final de junho, dois
de seus vinhos - o Dinastía Vivanco Crianza 2001 e o Dinastía Vivanco Reserva 1998)-
passaram a ser exportados para
o Brasil, podendo ser encontrados em lojas especializadas e
restaurantes em São Paulo e
em Brasília.
Com 9.000 m2, o museu possui cinco salas permanentes de
exibição e faz um extenso percurso pela história do vinho
desde o século 8º a.C. até os
dias de hoje.
A primeira sala mostra as
origens do vinho e sua repercussão nas culturas dos lugares
em que se assentou, além do
processo de cultivo ao longo
das quatro estações do ano e de
sua elaboração.
Em seguida, o visitante
acompanha a descoberta de
que os barris de madeira davam ao vinhos novos aromas e
de que as garrafas de vidro
eram ideais para seu envelhecimento, enquanto a rolha de
cortiça isolava seu conteúdo.
Uma coleção de arte e de arqueologia reúne obras que retratam o vinho, como a pintura
"La Bouteille de Vin" (a garrafa
de vinho) e a litografia "Homenagem a Baco", ambos de Pablo
Picasso, e a pintura "Baco com
Cupido", de Tapiz (final do século 17).
Está em exibição também
uma extensa coleção de saca-rolhas -a maior do mundo, segundo o museu, com mais de
3.000 exemplares. O estilo artístico varia de acordo com os
períodos históricos: há saca-rolhas rococós, neoclássicos, art
nouveau e art déco.
Do lado de fora, o Jardim de
Baco exibe 250 variedades de
vinha de várias partes do mundo. A visita ao museu, que inclui a degustação de um vinho
Dinastía Vivanco Crianza, custa 6 (R$ 16,47).
(CAROLINA VILA-NOVA)
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