São Paulo, Domingo, 03 de Outubro de 1999
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Com o visual inspirado nas histórias em quadrinhos, Suzana Alves protagoniza a partir de amanhã um seriado de ação no horário nobre da Bandeirantes; atração vai ao ar de segunda a sexta, com 15 minutos de duração
Heroína sem H

Fábrica de Quadrinhos/Divulgação
Com visual inspirado em quadrinhos, "As Aventuras de Tiazinha" estréia amanhã na Band


Tiazinha em ritmo de aventura

ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local

Quando estrear "As Aventuras de Tiazinha" amanhã, na Bandeirantes, às 20h, Suzana Alves, a Tiazinha, deverá respirar aliviada. Depois de deixar o "H", foram quase cinco meses de incertezas e tensão em que não conseguia colocar seu prometido programa-solo no ar e via sua carreira correr perigo.
Mas ela pode começar a suar de novo, porque nesse momento o público decidirá se Suzana é ou não apenas um corpo bonito. A modelo precisa provar que é capaz de segurar um programa de aventuras cheio de efeitos especiais para o público infanto-juvenil.
"Lutei muito por esse programa. Recebi até propostas para apresentar o "H", do Luciano (Huck), mas tenho certeza de que será um sucesso, e vamos acabar fazendo um filme para o cinema", diz Suzana.
O novo programa é uma incógnita. A proposta inovadora de misturar a linguagem da TV com a das histórias em quadrinhos e dos desenhos animados pode gerar um enorme sucesso -ao estilo da série "Cavaleiros do Zodíaco" ou da novela infantil "Chiquititas"- ou um fracasso.
Cada episódio terá uma história dividida em cinco capítulos de 15 minutos, exibidos de segunda a sexta. "Vamos ter o ritmo dos seriados de ação dos anos 40. No fim de cada capítulo, deixaremos Tiazinha numa situação de extremo perigo, que só se resolve no seguinte. A garotada vai ficar torcendo por ela", diz Del Rangel, diretor do programa.
Rangel entrou no projeto como supervisor de produção. L.P. Simonetti, ex-diretor do "H", e então produzindo "As Aventuras...", foi afastado em seguida. Depois de dois meses de gravações, sua equipe não conseguia entregar episódios no prazo. Rangel, que dirigiu novelas como "Éramos Seis" e o filme "Contos de Lygia", assumiu e decidiu recomeçar tudo do zero.
Na nova versão do programa, a Fábrica de Quadrinhos, um estúdio formado por desenhistas de histórias em quadrinhos que produzem trabalhos para editoras americanas como Marvel (do Homem-Aranha) e DC Comics (do Super-Homem) assumiu os roteiros, direção de arte e desenvolvimento dos efeitos especiais digitais, um dos grandes atrativos do programa (leia texto ao lado).
No roteiro criado por Simonetti, a personagem era uma orfã criada por cães selvagens e explorada por um pajé interessado em usar seus poderes mágicos. A nova versão, da Fábrica, embarca na ficção científica, inspirada em revistas em quadrinhos como "O Cavaleiro das Trevas", do Batman, desenhos japoneses, como "Akira", e filmes, como "Matrix".
Suzana será Su-013, uma mulher que vive num futuro distante onde só sobraram algumas megacidades na Terra. Ela vive em Trônix (cidade formada pelo que sobrou de São Paulo e Rio de Janeiro), descobre que tem superpoderes e os usa, na identidade de Tiazinha, para se rebelar contra as corporações que oprimem o cidadão comum.
"A história se desenvolverá em ritmo de novela. O que acontecer numa semana terá consequências nas seguintes, como é muito comum nos gibis de super-heróis", explica Rangel.
Assim, na primeira semana, Tiazinha enfrenta uma gangue de terroristas que tenta explodir uma usina de energia eólica. Serão reveladas sua origem e a forma como ela conhece seu mentor, Brad (Henrique Martins), uma consciência digital que vive nos computadores da rede mundial.
Na segunda semana, os espectadores descobrirão detalhes sobre o pai de Su-013, o vilão Mingo Zio, um dos megaempresários que controla a Terra do futuro e que quer ver a filha morta. José Mojica Marins, o Zé do Caixão, fará uma participação especial, provavelmente na sétima semana, como o dr. Ziggy, um cientista que tenta ressuscitar sua mulher.
A personagem também viajará no tempo e por diversos níveis das megacidades, além de viver aventuras em realidades virtuais. O companheiro de aventuras de Tiazinha, o cão ciborgue Zê, só aparecerá na nona semana, em uma viagem da heroína à Lua. Tudo em meio a dezenas de efeitos especiais nunca vistos em produções do gênero na TV brasileira.
"Nós temos a chance de arriscar, o que mais ninguém tem no momento. A Band está tentando mesmo encontrar uma forma de cativar a audiência jovem, e estamos buscando essa veia da ação e da ficção científica", conta Del Rangel.
Foi dele a idéia de juntar roteiristas experientes de dramaturgia televisiva aos de histórias em quadrinhos. "Todos escrevem os roteiros juntos. É uma bagunça saudável que acaba gerando um texto melhor. Eles entendem desses detalhes do universo dos personagens, nós colocamos isso na forma que é possível para a TV."


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