RODRIGO RAINHO
DA REDAÇÃO

A VERSÃO brasileira do "reality show" americano "Temptation Island" estréia hoje à noite, por volta das 22h, no SBT, na mesma faixa de horário antes ocupada por "Casa dos Artistas 3".
Com apresentação de Anna Bárbara Xavier, a Babi, "Ilha da Sedução" é uma co-produção do SBT e da Fox Film gravada em uma ilha da República Dominicana. O programa testa a fidelidade de quatro casais juntos há pelo menos 18 meses. Os homens ficam alojados com 13 mulheres durante 40 dias, enquanto suas namoradas passam o mesmo período com outros 13 modelos masculinos. O formato de "Temptation Island" aposta exclusivamente na intensa exposição da sexualidade e em suas consequências. Ao final de cada uma das 13 semanas de programa, dois modelos -um homem e uma mulher- são eliminados por votos dos concorrentes cuja fidelidade está sendo testada. Eventualmente, os dois grupos vão assistir a vídeos com imagens de seus parceiros. Os flagrantes devem despertar desilusões, angústias, arrependimentos e mudanças de comportamento. Os produtores fazem sua parte: provocam os casais, colocam em dúvida a fidelidade e os limites de cada um. Muitas vezes, incentivam os jogadores a traições mútuas. No último episódio, os participantes ganham um jantar romântico e discutem as já então azedadas relações. "O conteúdo e as imagens têm tudo para dar certo. O telespectador terá a chance de ver muitas histórias e cenas interessantes", diz Helios Alvarez Filho, diretor da Fox Film América Latina. "O brasileiro é mais explosivo, desinibido, se entrega mais às emoções, diferentemente dos europeus, que são fechados e retraídos. A interação entre participantes nas festas é um dos pontos altos", afirma ele. Na opinião de Alvarez Filho, "Ilha da Sedução" não afeta os participantes. "Não existe o certo e o errado em termos de relacionamento. Nunca houve a intensão de passar uma imagem negativa ao telespectador", diz. "Cenas de sexo não serão exibidas. Há contexto e qualidade de edição, não vamos pular o muro para um show pornográfico."

Banalização
Para a psicóloga paulista Eliana Zmetek, que atende casais e famílias em crise, o formato de "Ilha da Sedução" banaliza a privacidade da vida pessoal e a sexualidade das pessoas. "O objetivo desses participantes é aparecer, pessoas que levam a sério os relacionamentos não se expõem assim e não colocam em risco a união", diz.
Para Eliana, "Temptation Island" explora a sexualidade de maneira "abusiva, única e fora do contexto". "É uma grande fantasia, telespectadores acham que o reflexo será positivo, mas valores expostos pela TV não levam em consideração o ser humano como alguém que tem sua individualidade", afirma.
Segundo a assessoria do SBT, o programa é "um ensaio sociológico", do qual os casais participariam para verem se estão realmente "prontos a se assumirem". A atração, de acordo com a emissora, "pretende testar relacionamentos, e não promover o erotismo".
Dois casais de "Ilha da Sedução" são do Rio -Bruna Silva, 22, e Vinícius Cardoso, 26; e Marcele Caldas Cortez, 28, e Leonardo Fernandes, 21. Os baianos Fabrízia Galvão, 27, e Marcelo Bittencourt, 29, e os brasilienses Luana Silveira, 22, e Rafael Romero, 25, completam o time.
Cerca de 4.000 casais e 9.000 modelos se inscreveram para participar do programa. Pessoas com filhos ou casadas oficialmente não foram aceitas.
Silvio Santos investiu R$ 12 milhões nos treze episódios do programa, que terá reprises exibidas pelo canal pago Fox segundas e sábados, às 22h. O original americano "Temptation Island" foi veiculado em vários países, entre eles Portugal, França, Austrália, Inglaterra, Alemanha e China.



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