São Paulo, domingo, 4 de outubro de 1998

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MAKING OF
MTV produz em SP nova série de vinhetas com "atitude'

da Reportagem Local

A MTV lança no dia 12 de outubro uma nova série de vinhetas comunitárias. O tema da campanha é "Atitude".
"A meta é dizer ao telespectador que cada um pode fazer a sua parte. Para isso, mostramos pessoas que estão agindo, ajudando alguém", diz a produtora Angela Caçapava.
A MTV costuma fazer campanhas de fim comunitário como a de conscientização política, atualmente no ar, e sobre prevenção à AIDS.
As vinhetas de 45 segundos contam histórias de personagens que a equipe de produção considera terem uma atitude positiva. Os depoimentos em vídeo funcionam como contraposições a essas histórias.
Os temas tratam de violência, reciclagem, fome e trânsito, por exemplo, que vão sendo abordados por meio dos personagens escolhidos.
A equipe foi a locais diferentes como um moderno prédio na marginal do rio Pinheiros e a favela de Jardim Ângela. Lá, a professora Vera Lúcia Vargas alfabetiza adultos e a guardadora de carros Lígia Cristina Albino ensina artesanato.
Na Febem, Alessandra e Adriane Gomes de Souza fazem um trabalho de prevenção à AIDS. Nas ruas do centro da cidade, o skatista hare krishna Alexandre Braga se encarrega de distribuir sopa aos mendigos, aos sábados.
Mas há a história de Anderson Miranda, considerada emblemática da campanha. Ele deixou o orfanato onde vivia no interior de São Paulo porque achou que não devia ocupar, aos 18 anos, o espaço que poderia ser de uma criança carente.
Viveu nas ruas por quatro meses. Acabou num abrigo, onde faz comida para os companheiros e participa de uma equipe de catadores de papel.
Um de seus planos é dar aulas de culinária para a população carente. Ele pretende ensinar como fazer comidas saudáveis com ingredientes baratos.
Em contraposição às histórias de personagens cheios de atitude, há os depoimentos retirados da enquete feita com 32 pessoas na rua, na última quarta.
Todos respondiam a perguntas como "você andaria armado?" ou "os menores abandonados têm algum futuro?".
Alguns dos entrevistados respondem que acham que devem andar armados, porque não confiam na polícia, ou que jogam lixo no chão porque não há lixeiras suficientes nas ruas.
Esses depoimentos serão intercalados com as histórias dos personagens que se esforçam em reciclar lixo ou conscientizar pessoas contra a violência urbana.



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