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JADE VIROU ANITA GARIBALDI
Minissérie escrita por Walter Negrão e Maria Adelaide Amaral estréia nesta terça
Globo mostra Revolução Farroupilha na ótica de um herói e sete mulheres
RODRIGO RAINHO
DA REPORTAGEM LOCAL
A GLOBO inicia 2003 apostando em
uma nova minissérie de época. Nesta terça, às 23h, estréia o primeiro dos 52
capítulos de "A Casa das Sete Mulheres",
adaptação da obra homônima da escritora gaúcha Leticia Wierzchowski.
A trama relembra a Revolução Farroupilha (1835-1845), rebelião de habitantes
da então província do Rio Grande, que
não aceitavam os impostos territoriais e
as altas taxas sobre exportações de charque cobradas pelo governo imperial.
Em setembro de 1835, eclodia o levante
armado, comandado por Bento Gonçalves (Werner Schunemann). Na minissérie, os conflitos da guerra são narrados
por Manuela (Camila Morgado), sobrinha do líder revolucionário que espera
pela volta dos "heróis" com as outras
mulheres da estância da Barra.
"Estamos retratando fielmente um
momento histórico. É difícil fazer algo
sobre história sem ser chato", diz Walter
Negrão, autor da minissérie em parceria
com Maria Adelaide Amaral.
"A guerra é o pano de fundo; em primeiro plano, estão os conflitos humanos
dos personagens históricos", afirma ela.
As gravações ocorrem na Central Globo de Produção, em Jacarepaguá, no Rio,
e em Cambará do Sul, São José dos Ausentes, Pelotas e Uruguaiana, no Rio
Grande do Sul. Segundo a emissora, estão sendo gastos R$ 200 mil por capítulo.
Para não repetir os erros históricos de
"O Quinto dos Infernos", polêmica minissérie exibida no ano passado, a produção preparou uma ampla pesquisa e
palestras com historiadores e especialistas em cultura gaúcha.
"O importante é tratar a história do
país com emoção. Temos que contá-la
com amor, paixão, desilusões. Essa é a
receita do sucesso", diz Jayme Monjardim, diretor-geral.
"Nos preocupamos muito com o ibope
e, às vezes, esquecemos da contribuição
cultural da TV. A memória do povo sobre cultura brasileira é pequena em alguns aspectos", diz Monjardim. "Nunca
filmei tantas batalhas. É difícil, são muitas cenas violentas."
A trama Rosário (Mariana Ximenes)
faz par romântico com o soldado da tropa imperial Estevão (Thiago Fragoso),
que, após morrer, continua a relação de
amor na condição de fantasma.
Luis Melo é o vilão imperialista "vira-casaca" Bento Manuel, que deseja Caetana (Eliane Giardini), mulher do líder
Bento Gonçalves.
"Esse personagem amou de verdade as
duas mulheres. Uma era energia pura, a
outra transmitia só amor", diz Thiago
Lacerda, intérprete do revolucionário
italiano Giuseppe Garibaldi, sobre seus
amores, Anita (Giovanna Antonelli) e
Manuela, sobrinha de Bento.
Antonelli, que vive um dos mais conhecidos personagens da história do
Brasil, Anita Garibaldi, teve seu figurino
composto a partir da visualização dos
quadros de Toulouse Lautrec e vestimentas de peões gaúchos.
"Anita é uma forma masculina dentro
de um corpo feminino. Dá outra inspiração e uma nova visão de vida", diz a atriz.
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