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PERFIL / ROGÉRIO GALLO
O superintende artístico da Rede TV!, Rogério Gallo, tem como meta aumentar as produções terceirizadas da emissora sem perder a identidade do canal. "Produtos de fora, que respeitem nossa programação como se fossem feitos em casa", define. Gallo investirá ainda em atrações interativas e lançará um "talk show". Após o Carnaval, o programa "Superpop", apresentado por sua namorada, Adriane Galisteu, passa a ser ao vivo.
BRUNO GARCEZ
DA REPORTAGEM LOCAL
Quando entram no ar as novas atrações
anunciadas para a Rede TV!?
O pontapé inicial foi dado por "A Casa
É Sua", que iniciou nossos projetos de
parcerias. A emissora é enxuta, com três
estúdios, mais um de jornalismo. No
momento, não temos nem dinheiro nem
seria a melhor estratégia fazer um Projac,
uma estrutura gigante em que a emissora
concentra toda a produção. É um formato tipicamente brasileiro e mexicano, em
que as grandes redes viram as principais
e, às vezes, as únicas produtoras da sua
própria programação. Nos EUA, por
exemplo, existe até um limite para o que
a rede pode produzir e veicular, a fim de
fortalecer o mercado. Temos produtos
feitos fora, mas que respeitam a superintendência artística e a programação da
Rede TV!, como se fossem feitos em casa.
Entre os novos projetos terceirizados, estão um "game show", um programa feminino, um "talk show" e um musical.
Estão em diferentes estágios. O primeiro
deve ser o novo feminino, que será exibido pela manhã. Atualmente, um horário
que a gente vende para o telemarketing.
Penso ainda em um "game show" infanto-juvenil com a Andréa Sorvetão e em
um musical com Paulo Ricardo.
Mesmo que produções feitas fora da casa tenham de respeitar o departamento
artístico, não há receio de que elas acabem perdendo a cara da emissora?
Esse é o diferencial. A terceirização não
é uma invenção nossa. O problema é
quando criam algo totalmente desconectado da emissora. Nossa meta é estabelecer uma relação franca com as produtoras. A Globo tem uma cara muito forte e
a Rede TV! conquistou isso também, em
um curto espaço de tempo. É um grande
risco perder a identidade quando há
muita coisa terceirizada. O controle artístico é nosso pulo do gato. Mil críticas
podem ser feitas à Rede TV!, mas não
mostramos baixarias nunca.
O SBT anunciou que pretende investir
maciçamente em teledramaturgia. Também é um caminho para a Rede TV!?
Não. A Globo faz isso muito bem. O
SBT vai se associar a uma megaindústria
de telenovelas, a Televisa. Não entraremos nessa briga, mas eu não descartaria
projetos de dramaturgia. Mas apenas
formatos alternativos, como sitcoms e
minisséries. Novelas jamais.
A pendenga judicial entre a TV Ômega e
a extinta Rede Manchete, com constantes
reviravoltas nos tribunais, afeta o andamento do seu trabalho?
É desagradável. Gera muita confusão e
todo esse episódio foi divulgado de forma truncada pelos jornais. Hoje, está
praticamente superado. A Ômega é outra empresa, não é sucessora da Manchete. Temos nossos próprios funcionários.
Uma estrutura compacta em um mesmo
espaço físico, o que nos dá estabilidade e
confiança. Encontro um cara da cenografia aqui, outro da produção ali. Antes,
não tínhamos segurança para criar programas ao vivo. Agora, "A Casa É Sua"
está ao vivo, "Interligado" também e
"Superpop" entra depois do Carnaval.
Essa é outra meta? O máximo possível
de programas ao vivo?
É. Para usarmos a interatividade, que é
o forte do grupo que comprou o canal (o
Tele TV do empresário Amilcare Dallevo
Júnior). Eles têm a maior plataforma de
telefonia do mundo. São 15 mil linhas
que fazem a interatividade do "Fantástico", por exemplo. Temos isso em casa.
O "TV Fama" volta?
Sim. Mas não será dentro do "A Casa É
Sua". Pensamos em uma superembalagem. Queremos investir mais nessa linha
papparazzi, com fofocas. O "TV Fama"
estava caro e muito segmentado. Queremos um perfil muito mais popular, mas
sem descambar para a baixaria.
Essa popularização não foge ao propósito inicial, que visava maior sofisticação?
Fazer TV bem-feita não significa fazer
TV sofisticada. O "Superpop" hoje dá
banho de audiência no "O+" todo dia. É
popular, mas seu cenário traz ampliações de Andy Warhol e de Jasper Johns.
Não há problema em que o porteiro do
seu prédio não saiba quem é Jasper
Johns. É lindo, é colorido e agradável aos
sentidos. Se formos sofisticar viramos
TV a cabo. Temos Sônia Abrão falando
sobre o Rafael, do Polegar, mas com um
bom cenário e uma boa iluminação.
Você falou na audiência do "Superpop".
Supondo que amanhã o programa passe a
ter índices negativos de Ibope e tenha de
trocar de apresentadora. Como você se
veria nessa situação?
Situação complicadíssima (risos). Mas
não vai baixar o índice de audiência. O
ibope do "Superpop" só sobe.
BLITZ
Nome: Rogério Gallo
Idade: 33
Formação: jornalismo na Cásper Líbero, em São Paulo
Ocupação: superintendente artístico da Rede TV!
Principais trabalhos: diretor de programação da MTV, diretor de
publicidade na Videofilmes
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