São Paulo, #!L#Domingo, 06 de Fevereiro de 2000


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FAÇA CHUVA OU FAÇA SOL
Emissora se associa a multinacional para criar uma central meteorológica dentro de sua sede; acerto chega a 93% do total
Band produz "em casa" sua própria previsão do tempo

NEY HAYASHI DA CRUZ
DA REPORTAGEM LOCAL

INFORMAÇÕES meteorológicas na TV Bandeirantes agora são prata da casa. Com uma central meteorológica dentro de seus estúdios, a Central Band Tempo, resultado de uma parceria entre a emissora paulista e a empresa norte-americana Weather Services International (WSI), funciona desde dezembro e vem registrando uma média de acerto de 93%.
Além da Bandeirantes, apenas a TV Cultura utiliza os serviços de uma central meteorológica própria. As outras emissoras contratam os serviços de institutos independentes.
A central de previsão do tempo da Bandeirantes fica localizada na sede da emissora, no bairro do Morumbi (zona sul de São Paulo). Ela é composta por 15 pessoas, entre jornalistas e meteorologistas. A equipe monitora as mudanças climáticas 24 horas por dia, utilizando para isso imagens geradas por satélites.
São produzidos 18 boletins diários. Eles são exibidos não só pela TV Bandeirantes, mas também pelo Canal 21 e pela rádio Bandeirantes.
Segundo a produtora-executiva da WSI, Hebe Arruda, o objetivo é chegar a produzir 27 boletins diários até o final do ano. Além disso, a empresa pretende passar a fazer previsões do tempo regionais, para que as 11 afiliadas da Band no Brasil exibam uma previsão "personalizada". Hoje, são feitos dois tipos de previsão: um específico para São Paulo e outro, mais genérico, para as grandes regiões do país.
O novo departamento está subordinado à Unidade Produtora de Jornalismo da Bandeirantes. Segundo Carlos Amorim, diretor da UPJ, a opção por produzir os próprios boletins -em vez de contratar os serviços de outros institutos- é reflexo da "preocupação do jornalismo com o conteúdo de seus programas". Ele diz ainda que a integração da Central Band Tempo com o jornalismo da emissora facilita a prestação de serviços em situações como, por exemplo, as enchentes que ocorreram nas últimas semanas na cidade de São Paulo.
As negociações com a WSI duraram cerca de um ano. A WSI atua nesse mercado há 20 anos. Nos Estados Unidos, ela é responsável pela previsão do tempo exibida em 56% das emissoras de TV do país. Além disso, a empresa fornece dados climáticos para, por exemplo, empresas aéreas e marítimas, e publica boletins do tempo para várias partes do mundo -incluindo o Brasil- no site www.intellicast.com.
Amorim afirma que espera um grande crescimento desse mercado nos próximos anos, principalmente para atender a interesses de regiões brasileiras onde o clima exerce um papel determinante, como as áreas de agricultura intensiva.

Erros e acertos
No seu primeiro mês de existência, a Central Band Tempo afirma ter acertado 93% de suas previsões. É um número ligeiramente superior ao de outros institutos: a taxa de acerto do Cptec (Centro de Previsão de Tempo e Estudos Climáticos), que presta serviços para a TV Record, para a CNT/Gazeta e para a Folha, é de 90%. O Cptec é um órgão ligado ao Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais).
No Climatempo, empresa contratada pela Globo, o número de previsões corretas chega, segundo a meteorologista Patrícia Madeira, a 92% do total.
Para o meteorologista do Cptec Prakke Satyamurty, índices acima de 50% são considerados "úteis": "Se for menor do que isso, é melhor tirar cara-ou-coroa".
Satyamurty defende também que a ocorrência ou não de chuvas não é um bom critério para se analisar a qualidade de uma previsão do tempo. "Se uma previsão diz que vai chover em São Paulo, mas em algumas regiões da cidade não chove, como dizer se houve erro ou acerto?"
Na opinião do meteorologista Tércio Ambrizzi, da WSI, a idéia de que as previsões do tempo são mero "chute" é coisa do passado.
Ele diz que, nos últimos anos, os avanços na tecnologia e a melhora na qualificação dos profissionais da área tornaram a meteorologia uma ciência muito mais confiável em relação ao que era há poucos anos.
Apesar disso, Ambrizzi diz que, independentemente de qualquer previsão, sempre carrega consigo um guarda-chuva, "como todo bom meteorologista".


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