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MAKING OF
Foragidos da Febem fazem Groisman mudar programa
Jorge Araújo/Folha Imagem
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Serginho Groisman entrevista menores foragidos da Febem |
ANDRÉA DE LIMA
da Reportagem Local
A condição de foragidos dos entrevistados do "Programa Livre",
que foi ao ar na última terça-feira,
fez com que a gravação nos estúdios do SBT, no Complexo
Anhanguera, corresse em clima
de alta tensão. O programa foi ao
ar no dia seguinte à gravação.
Os entrevistados eram três adolescentes da Febem Tatuapé (na
zona Leste de São Paulo), que escaparam na rebelião que durou
três dias, no final do mês passado.
"Foi um programa inédito, por
causa do temor de que a polícia
aparecesse nos estúdios durante a
gravação e prendesse os meninos", declarou o apresentador do
programa, Serginho Groisman.
"A platéia só foi avisada sobre
os personagens da entrevista momentos antes da entrada, ao vivo,
do especial com Caetano Veloso",
disse a estudante Amanda Diego,
15, que estava na arquibancada do
programa.
Identificados por nomes fictícios, Bruno, 16, Otávio, 17, e Marcos, 17, entraram no estúdio com
bonés e óculos escuros, cedidos
pela produção. Ao final do programa, eles pediram para ficar
com os disfarces, o que não ocorreu.
Como agosto é o mês de aniversário do programa, Groisman
presenteou os três meninos com
uniformes de futebol e um par de
tênis.
Na platéia, 380 jovens de cinco
escolas de ensino médio e duas
universidades, todas particulares.
A produção revelou que os adolescentes foram contatados em
um bar da zona leste da capital,
próximo à unidade de onde fugiram no último motim.
"Os nossos monitores frequentam esse mesmo bar", afirmou
Otávio, um dos entrevistados, que
também foi localizado na porta da
instituição e entrevistado pela Folha.
Ao som de Jorge Benjor e comimagens das ruas do centro de São
Paulo, transmitidas em um telão,
Bruno, 16, contou que, antes de
sua última fuga da Febem, ficou
"preso" durante dois anos e oito
meses na instituição.
"Meu pai morreu no massacre
do Carandiru, em 92, e minha
mãe de overdose. Eu sou revoltado, mas não quero mais voltar para o crime", pediu Bruno.
Mesmo sendo um feito do "Programa Livre", a entrevista não
agradou a todos. "Nunca se sabe
se é possível acreditar neles (entrevistados). Eles se fazem de coitados, as vítimas da sociedade",
afirmou o estudante Patrick Rokus, 18.
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