São Paulo, Domingo, 08 de Agosto de 1999
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Rezende admite erro no tom de entrevista

da Reportagem Local

O Troféu Santa Clara de Ouro, que premia o pior entre os piores programas da TV no último ano, foi para a entrevista com o Maníaco do Parque realizada pelo repórter Marcelo Rezende e exibida no "Fantástico", da Rede Globo, em novembro de 1998.
A entrevista era um piloto do "Linha Direta", que usa dramaturgia para reconstituir casos policiais.
"Foi a primeira vez no horário nobre que o jornalismo imitou a morte", afirma o editor da Ilustrada, Sérgio Dávila, a respeito do premiado do ano.
O diretor Roberto Talma coordenou a entrevista com Francisco de Assis Pereira, o Maníaco. Durante os seus 40 minutos de duração, foram usados iluminação artificial e trilha sonora de suspense.
Em meio a perguntas que induziam o preso a confessar cem crimes (ele teria cometido 11), eram mostradas duas videntes e um astrólogo "explicando" as tendências assassinas de Pereira.
"Como qualquer um, cometi erros e acertos em minha carreira. No caso da máfia da pirataria de CDs na China e dos crimes dos policiais em Diadema, acertei. Na entrevista do Maníaco, reconheço que errei no tom da edição", diz Rezende.
O crítico de TV Fernando de Barros e Silva discorda. "Aquilo é uma obra coletiva, e o problema evidentemente não é de tom. Isso é um eufemismo. A matéria foi concebida meticulosamente para obter aqueles resultados. Quem conhece os cuidados que cercam a produção de qualquer programa da Globo sabe que aquilo está longe de ser um deslize", diz.
Marcelo Rezende se junta a Cissa Guimarães, ganhadora do prêmio no ano passado por sua participação nos sorteios da promoção "500 Gols do Faustão", na Copa do Mundo, e à novela "Antonio Alves, Taxista", do SBT, eleita a pior atração televisiva em 1997.


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