|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Rezende admite erro no tom de entrevista
da Reportagem Local
O Troféu Santa Clara de Ouro,
que premia o pior entre os piores
programas da TV no último ano,
foi para a entrevista com o Maníaco do Parque realizada pelo repórter Marcelo Rezende e exibida no
"Fantástico", da Rede Globo, em
novembro de 1998.
A entrevista era um piloto do "Linha Direta", que usa dramaturgia
para reconstituir casos policiais.
"Foi a primeira vez no horário
nobre que o jornalismo imitou a
morte", afirma o editor da Ilustrada, Sérgio Dávila, a respeito do premiado do ano.
O diretor Roberto Talma coordenou a entrevista com Francisco de
Assis Pereira, o Maníaco. Durante
os seus 40 minutos de duração, foram usados iluminação artificial e
trilha sonora de suspense.
Em meio a perguntas que induziam o preso a confessar cem crimes (ele teria cometido 11), eram
mostradas duas videntes e um astrólogo "explicando" as tendências
assassinas de Pereira.
"Como qualquer um, cometi erros e acertos em minha carreira.
No caso da máfia da pirataria de
CDs na China e dos crimes dos policiais em Diadema, acertei. Na entrevista do Maníaco, reconheço
que errei no tom da edição", diz
Rezende.
O crítico de TV Fernando de Barros e Silva discorda. "Aquilo é uma
obra coletiva, e o problema evidentemente não é de tom. Isso é um
eufemismo. A matéria foi concebida meticulosamente para obter
aqueles resultados. Quem conhece
os cuidados que cercam a produção de qualquer programa da Globo sabe que aquilo está longe de ser
um deslize", diz.
Marcelo Rezende se junta a Cissa
Guimarães, ganhadora do prêmio
no ano passado por sua participação nos sorteios da promoção "500
Gols do Faustão", na Copa do
Mundo, e à novela "Antonio Alves,
Taxista", do SBT, eleita a pior atração televisiva em 1997.
Texto Anterior: 3º Troféu Santa Clara 'premia' o pior da televisão em 98/99 Próximo Texto: Saiba quem foi Santa Clara, a padroeira da televisão Índice
|