São Paulo, domingo, 08 de setembro de 2002

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Acadêmicos têm visão crítica

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No meio acadêmico, a TV tem sido vista de forma cada vez mais crítica. A professora da Escola de Comunicação da Universidade Federal do Rio de Janeiro Raquel Paiva, por exemplo, não assiste e não permite que a filha, de 10 anos, veja novelas.
"Acho necessário apresentar alternativas. Dou muitos livros e ofereço outras formas de informação para tentar retirá-la deste circuito imbecilizante", afirma.
Para ela, por ser um meio muito facilitador, a televisão faz com que seus espectadores tenham uma relação cada vez menos natural com a escrita.
"Diversos pensadores já puseram em dúvida a necessidade de assistir à TV por considerá-la um veículo que compromete o senso crítico", diz o professor de teoria da comunicação da UFRJ, Aluízio Trinta: "A televisão é mais forma do que conteúdo. E, por natureza, é um conteúdo ralo, raso, movediço e sugerido".
Aluízio cita o teórico francês Pierre Bourdieau: "Ele pregava que a TV não merece ser considerada um instrumento de representação da realidade, porque ela não é uma janela para o mundo, mas uma janela direcionada; tudo nela é falso e pré-editado".
O professor diz que uma outra onda de rejeição à TV aconteceu no Brasil durante os governos militares, devido à complacência do meio para com o regime. "Os militares viram na televisão um porta-voz eficiente. E os intelectuais politizados passaram a encará-la como veículo menor." (MB)



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