de São Paulo

O roteirista Jayme Camargo, a quem Walter Avancini entregou a adaptação de "Brida" -sem no entanto deixar de supervisionar o trabalho de perto- diz que está diante de dois desafios.
O primeiro, considera "óbvio":
"Estou adaptando o texto de um escritor que é sucesso no mundo inteiro. A comparação e a cobrança serão inevitáveis."
Segundo: "A palavra escrita mexe com a imaginação das pessoas. Na televisão não se tem esse recurso. O que não está na tela não existe."
Para lidar com as "inevitáveis" comparação e cobrança, Camargo garante que está sendo fiel ao "espírito" do livro, apesar de ter feito alterações na história original.
No best seller de Paulo Coelho existem apenas quatro personagens: Brida; Vica, a bruxa que irá orientá-la em sua iniciação na feitiçaria; Lorens, seu namorado; e Vargas, o feiticeiro do mal.
Na adaptação, existem 40 personagens.
"É a maneira que encontrei para tornar mais palpáveis conceitos teóricos utilizados por Paulo Coelho", disse Camargo.
Para retratar os quatro tipos de mulheres que, segundo Coelho, existem no mundo -aos quais ele se refere a no livro como os quatro anéis- o roteirista criou as personagens Inês, Andréa, Guta e Priscilla.
Elas serão as amigas de Brida cujas personalidades diferentes representam as provas pelas quais ela terá que passar para iniciar-se na feitiçaria.
O segundo desafio de Camargo será vencido por meio da "sedução pelo espetáculo".
"Não teremos efeitos especiais tipo David Copperfield, mas vamos tentar conquistar o público por meio da imagem."
Ele disse que serão utilizados recursos como combustão espontânea e telecinésia (movimentação aparente de um objeto, produzida por um médium) para dar à trama "o clima de magia que a obra de Paulo Coelho exige".
E, para o público não ter dúvida de que a proposta da novela é falar de magia e não discutir se ela existe ou não, Camargo resolveu iniciar a novela com cenas que se passam na Irlanda e retratam a encarnação vivida pelos personagens no século 14, por volta do ano de 1300. (AnL)



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