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TECNOLOGIA
Entidade brasileira testa três padrões para decidir entre melhor imagem
e som e maior quantidade de canais
TV digital chega para valer em 2001
ALEXANDRE MARON
da Reportagem Local
O que você prefere? Uma televisão com imagem e som de cinema
ou com até quatro vezes mais canais para ser vista até no ônibus?
A pergunta está no ar desde o dia
26 de setembro, quando começaram os testes da TV digital no
Brasil, e só será respondida em
abril do ano que vem.
TV digital não é o mesmo que
de alta definição, a HDTV. Essa
tecnologia é apenas uma das possibilidades da televisão digital,
que permite, além de outras características, a emissão do sinal de
alta qualidade de imagem e som.
Em geral, a recepção dos canais ficará mais fácil com conteúdos interativos aos programas.
A tecnologia digital mudará radicalmente os hábitos de consumo do espectador, juntando TV e
Internet. Será possível assistir a
uma novela ou a um filme e, com
o controle remoto, encomendar a
roupa de um ator, um móvel do
cenário ou a trilha sonora do programa, pagar com o cartão de crédito e receber tudo em casa.
Num jogo de futebol, o espectador poderá apontar o controle remoto para um jogador, ler suas
estatísticas e comprar os equipamentos esportivos de seus ídolos.
"Os eletrodomésticos, as aparelhagens de som e os telefones são
digitais. Só sobrou a TV, que é
igual desde que surgiu, há 50
anos", explica Ana Eliza Silva, 25,
engenheira de projetos de transmissão digital da Rede Globo.
Ela integra um grupo de técnicos de emissoras como Globo,
Bandeirantes e SBT, a Abert/Set,
que faz os testes da tecnologia a
ser utilizada no Brasil. A entidade
é formada pela Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão e pela Sociedade Brasileira
de Engenharia de TV.
Há três padrões tecnológicos
disponíveis. O ATSC (EUA)
transmite sinal de TV de alta definição. O sistema DVB-T foi desenvolvido para a Europa. No espaço antes ocupado por um canal, pode transmitir até quatro canais. Sua outra vantagem é a capacidade superior de recepção do
sinal em televisores em movimento. Isso possibilita uma melhor visualização dos programas
em TVs instaladas em ônibus.
A terceira opção, o sistema japonês ISDB-T, é similar ao europeu. Abre mão da qualidade de
som e imagem da TV de alta definição e oferece mais canais. Mas
os equipamentos para teste ainda
não foram entregues à comissão
brasileira, o que pode prejudicar a
sua avaliação.
Os testes são feitos em um carro
do grupo que trafega por toda a
cidade e testa a recepção do canal,
gerado pela antena da TV Cultura, no Sumaré.
O grupo de técnicos entregará
um relatório até o final de janeiro
de 2000 à Anatel, que decidirá o
padrão tecnológico implantado
no Brasil até o fim de abril. Só então as emissoras saberão que
equipamento comprar para lançar seus canais digitais no ano seguinte.
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