São Paulo, domingo, 12 de janeiro de 2003

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PROGRAMAÇÃO

TV paga prepara novidades mesmo em cenário de crise

Divulgação
Cena da série "O Homem do Futuro", que o Discovery estréia no próximo domingo, às 21h



Canais tentam driblar o dólar alto para oferecer muitas estréias neste ano


RODRIGO RAINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

OS CANAIS pagos iniciaram o ano enfrentando a crise no mercado de TV a cabo, que registrou queda de assinantes em 2002, e o dólar ainda alto, que leva as programadoras a renegociarem preços com seus fornecedores. Nesse quadro, é justo que os assinantes temam pela qualidade da programação em 2003.
A Rede Telecine, porém, anuncia mais um pacote de filmes inéditos. "Uma Mente Brilhante", "Inteligência Artificial" e "O Diário de Bridget Jones" estão entre eles. "Temos flexibilidade para negociar a compra. Grandes estúdios, sócios do Telecine, recebem menos pelos direitos de exibição, mas investem", diz Fred Schiffer, diretor-geral. Parte do investimento do National Geographic Brasil será destinada a produções regionais. "Os programas serão vendidos para o mercado internacional, tornando o Brasil mais conhecido e melhorando nossa receita", diz Abel Puig, diretor do NGC. "O mercado encolheu 6% em 2002, tivemos prejuízo de 35% em nossa receita, mas fizemos novas aquisições e a qualidade da programação será a mesma", afirma. O Discovery exibirá 20% de produções independentes brasileiras. "A maior fatia dos custos das produções é em dólar, mas a dublagem, pelo menos, é em real", diz Vera Buzanello, vice-presidente de vendas da Discovery Networks Latin America. A série estrangeira "O Homem do Futuro", sobre a evolução da pesquisa científica na genética, é a estréia do canal para o próximo domingo, às 21h. O canal A&E Mundo cogita fazer especiais sobre Sônia Braga, Jorge Amado e Maurício de Souza. O documentário "A Revolução de 32" é o destaque do ano no History Channel. "A compra de atrações para o público da América Latina é preestabelecida, apesar da receita prejudicada pela crise do setor e do dólar muito valorizado", diz Helios Dominguez Alvarez, diretor de A&E Mundo e do History. O Sony planeja o novo "game show" "Estilo Game", produzido no Brasil. Reúne três duplas de jovens telespectadores em uma disputa de conhecimentos gerais. Quem tiver mais afinidade com o companheiro vence. "Procuramos trazer séries pouco tempo depois das estréias nos EUA. Vamos continuar investindo o que for necessário para oferecer atrações do gosto do público", diz Dorien Sutherland, diretor-geral da Sony Pictures América Latina. Antecipação No Multishow, o impacto da alta da moeda americana não prejudicou a programação de 2003, segundo Wilson Cunha, diretor do canal. "Fechamos os contratos de aquisição de programas com seis meses de antecedência. A alta do dólar não nos afetou", diz ele. "As temporadas de "Sex and The City" foram compradas em um bom momento. Isso nos deu fôlego."
No Disney, as novidades são os longas animados "A Bela e a Fera", "Toy Story" e "Branca de Neve". "Vamos investir na programação da mesma maneira que em 2002", afirma Herbert Grecco, diretor de marketing do canal. "Apesar da crise, o faturamento cresceu no ano passado. Vamos apostar em produções originais, animações e séries."
O ESPN Brasil não renovou contrato para a transmissão da Fórmula Mundial e reduziu o orçamento do programa "Nas Pegadas do Campeão", que mostra o dia-a-dia do tenista Gustavo Kuerten. "Não estaremos com Guga nas primeiras viagens dele para reduzir custos, mas exibiremos as partidas", diz José Trajano, diretor de programação.


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