|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
TV NO MUNDO
Canal latino lidera Copa nos EUA
ESTHER HAMBURGER
em Nova York
Hoje à tarde os brasileiros em Nova York acompanharão a final da Copa
pela televisão, em casa ou
em um dos inúmeros bares
da cidade que oferecem o
jogo. A churrascaria brasileira Plataforma cobra
uma consumação mínima
de US$ 20 pelo jogo, que é
exibido com narração em
português, do SBT, captada pela Internet.
As imagens da Copa pela
TV são as mesmas nos Estados Unidos e no Brasil,
com exceção das imagens
captadas pelas câmeras exclusivas da Globo e da Bandeirantes. Mas a qualidade
de narração e edição dos
jogos não se compara.
Aqui corre-se o risco de
perder o gol de Ronaldinho
aos 22 segundos do segundo tempo.
A Univision quase perdeu o gol contra a Holanda. A emissora de língua
espanhola retomou a
transmissão da partida
quando o jogador já se preparava para chutar. Sedentas de anúncios e pouco
acostumadas a transmitir
45 minutos seguidos sem
interrupção comercial, as
emissoras não se preocupam com esses detalhes.
Apesar dos deslizes, a
Univision ganhou audiência com a Copa. Enquanto
os locutores do canal chicano sabem gritar um
"Goooooooooool!!!!!!!",
os apresentadores da ESPN
parecem narrar um monótono jogo de golfe. A Univision bateu a ESPN 40 vezes, especialmente nas ocasiões em que a seleção do
México estava em campo.
O presidente da emissora,
Henry Cisneros, comemora o recorde de 1,5 milhão
de domicílios ligados em
29 de junho para assistir a
México x Alemanha. A
transmissão da ESPN do
mesmo jogo atingiu somente 740 mil domicílios.
Somadas, a audiência dos
dois canais é muito baixa
se comparada com os 40
milhões que costumam
acompanhar "Plantão
Médico" toda semana.
Sem um envolvimento
maior com o certame, os
americanos observam a
empolgação brasileira com
a Copa com um misto de
curiosidade, admiração e
ironia. A descrição do feriado e das comemorações
que acompanham cada jogo merece referências aos
deuses, à dança, ao calor,
ao Carnaval.
Na manhã seguinte à vitória contra a Holanda, a
National Public Radio comentava que os americanos desconhecem "experiência coletiva de risco"
de intensidade comparável
à torcida pela vitória do
Brasil na Copa.
Muitos consideram que
será melhor para o futebol
mundial se os Estados Unidos se mantiverem distantes do esporte. Autocríticos e ao mesmo tempo ciosos dos poderes de seu
país, esses americanos alegam que uma participação
mais ativa dos empresários
locais no esporte mais popular do mundo poderia
levar à alteração das regras
do jogo, por exemplo, com
a introdução de intervalos
mais frequentes para os comerciais. Por essas e outras, é melhor assistir à final no Brasil.
E-mail: ehamb@uol.com.br
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
|