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GUERRA DO SINAL
Transmissão para São Paulo de partida do Brasileirão 99 provoca discussão
Futebol opõe DirecTV e Globosat
ALEXANDRE MARON
da sucursal do Rio
U MA guerra pelos direitos de transmissão do Campeonato Brasileiro está
surgindo. A DirecTV, que só podia exibir
jogos de seis times (Atlético-PR, Guarani, Juventude, Lusa, Paraná e Vitória),
pela ESPN Brasil, passou a oferecer aos
assinantes o sinal da Bandeirantes e desagradou à Globosat, que controla o canal pago SporTV. A disputa se agravou
no dia 28 de novembro, quando a partida
Corinthians x São Paulo foi exibida pela
DirecTV para a cidade de São Paulo, o
que era proibido. No mesmo dia, 7.000
pessoas compraram o pacote de pay-per-view da Globosat e pagaram de R$ 19
a R$ 29 para ver o jogo.
No último domingo, a DirecTV mudou de estratégia, e a cidade de São Paulo
assistiu a Vitória x Atlético-MG, que era
disputado em Salvador. A Globosat também ficou insatisfeita. "Está errado. A
Bandeirantes não tem o direito de exibir
quaisquer jogos dentro da TV paga, seu
contrato é para TV aberta. Isso é exclusividade da Globosat", diz Alberto Pecegueiro, presidente da Globosat.
O sinal da Rede Globo é transmitido
pela Sky, concorrente da DirecTV no setor de miniparabólicas, que exibe os jogos do campeonato normalmente. "Os
direitos de TV paga são da Globosat, que
licencia a Globo para exibir jogos na
Sky", diz Pecegueiro. A Globo é a controladora da Sky e da Globosat, que pagou
R$ 20 milhões pelos direitos de exibição
dos jogos do Campeonato Brasileiro de
1999 para TV paga e pay-per-view.
Não é a Globosat que tem que notificar
a DirecTV ou a Bandeirantes, essa é uma
atribuição do Clube dos 13, entidade que
reúne os principais clubes do país. A carta, assinada por Fábio Koff, presidente da
entidade, foi enviada por fax à Band no
dia 12 de novembro. Na carta, à qual a
Folha teve acesso, o Clube dos 13 afirma
que, no contrato assinado, a Bandeirantes "tornou-se detentora apenas e exclusivamente dos direitos de transmissão
dos jogos do Campeonato Brasileiro (... )
por televisão aberta". A carta conclui
afirmando que a emissora não pode permitir que "a DirecTV, ao distribuir o sinal da Bandeirantes de televisão, transmita ou retransmita não só os jogos ao
vivo da competição (...), bem como qualquer compacto ou videoteipe".
A DirecTV diz que apenas exibe o sinal
da Bandeirantes, um canal aberto, e que
não paga nada por ele nem cobra mais
do assinante. "O que fazemos é reproduzir o sinal da TV aberta. O espectador vê
o mesmo que na TV comum. Não temos
a intenção de fazer nada que seja ilegal.
Se for comprovado que está errado, a
Band altera, e nós exibimos o sinal dessa
forma", diz Milton Torres, presidente da
Galaxy Brasil, que controla a DirecTV.
Para Pecegueiro, a DirecTV está se fazendo de desentendida. "Se uma hipotética decisão judicial obrigasse a DirecTV
a não exibir os jogos, seria ela que teria de
bloquear o sinal da Band na hora dos jogos." O vice-presidente de Televisão da
Bandeirantes, Antônio Athayde, diz que
o problema só existe porque a legislação
para antenas miniparabólicas ainda não
foi regulamentada. As empresas estariam enfrentando novas questões legais
geradas pelas novas tecnologias e, por isso, estariam buscando novas soluções.
"O sinal nacional de Globo, Bandeirantes, Record e de outros canais abertos está disponível de graça para qualquer um
que compre uma antena parabólica. Esses sinais trazem o jogo da praça também. Enquanto não houver uma legislação, estaremos testando os limites e
criando novas questões." No cabo, a legislação obriga as operadoras a distribuírem os sinais das emissoras de sinal aberto. "O que a Bandeirantes fez foi entregar
à DirecTV, assim como entregará à Sky,
se for pedido, o canal da mesma forma
como ele é visto na TV aberta. Só estamos atingindo mais lares, porque a operadora chega a localidades não alcançadas pelo nosso sinal", diz Athayde.
O presidente da Globosat diz não querer novas pendengas judiciais. "Não entraremos em brigas na Justiça porque o
campeonato está no fim." O contrato da
Globosat com a entidade vai até 2004.
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