São Paulo, domingo, 13 de dezembro de 1998

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A 15 dias do Natal, a TV Cultura presenteia as crianças com um dia inteiro de programação dedicada exclusivamente a elas
Presente antecipado

Divulgação
Atores e manipuladores de bonecos dos programas infantis da TV Cultura


RUI DANTAS
da Reportagem Local

Durante 18 horas seguidas e em rede nacional, a TV Cultura lança hoje, a partir das 7h55, programação especial em homenagem ao Dia Internacional da Criança na TV pelo quinto ano consecutivo.
A programação do ano passado rendeu à emissora o prêmio Emmy, o Oscar da TV norte-americana, concedido pela Academia de Televisão dos EUA em conjunto com a Unicef, como a melhor do gênero no mundo.
Em 97, a Cultura dedicou 16 horas de sua programação. Este ano, aumentou a grade dedicada à data especial em duas horas. Esta é a carga horária total da grade de um dia da rede, o que demonstra o interesse e a preocupação da emissora com o tema.
O Emmy conquistado pelo Dia Internacional da Criança na TV era um dos poucos prêmios concedidos a emissoras de todos os países que a Cultura não possuía. A vitória despertou o interesse do canal pelo bicampeonato.
"Acho que, no ano que vem, pelo tipo de programação que estamos fazendo, temos totais condições de sermos finalistas novamente", comemora por antecipação Rogério Brandão, 43, diretor de programação da Cultura. Em 96 e 97, a emissora havia sido indicada entre as três finalistas, mas perdeu para emissoras de outros países.
O tema escolhido para este ano foi "O País que Queremos". Os programas terão conteúdos relacionados ao assunto.
Para tanto, a Cultura teve de modificar ou adequar alguns de seus programas clássicos de domingo. A "Missa de Aparecida", por exemplo, tradicionalmente apresentada ao vivo, às 8h, será conduzida por um coroinha. Um coral de crianças também fará parte do programa.
Às 9h, no "Viola, Minha Viola", Inezita Barroso dividirá a apresentação com a apresentadora Cinthya Raquel (do "Turma da Cultura") e o cavalo Alípio (do "Cocoricó").
Até o "Cartão Verde", às 22h, em fase de finais de Campeonato Brasileiro, vai se adequar ao tema. A Cultura e o Sesc criaram a Taça Sesc-Cultura/Criança de futebol, com a participação das divisões inferiores de clubes de São Paulo. Dois convidados, das equipes do Corinthians e do São Paulo, estarão presentes na mesa-redonda.
A programação contará ainda com a participação ao vivo de sete praças (TVs educativas ligadas à Rede Cultura): Recife, Salvador, Natal, Manaus, Porto Alegre, Belo Horizonte e Rio de Janeiro.
Cada uma das TVs locais estará "linkada" à Cultura em São Paulo e terá 10 minutos para apresentar programação local, além de clipes preparados especialmente para a data.
"As outras praças ainda nos mandarão material, já que não puderam participar por falta de recursos técnicos. No total serão 18 emissoras exibindo a programação ao vivo", explica o diretor de programação.
"Queremos mostrar a diversidade das crianças no Brasil", diz.
No site da emissora (www.tvcultura.com.br), haverá salas de bate-papo e "links" sobre o Dia Internacional da Criança na TV. Durante a transmissão, um imenso painel será pintado por crianças nos estúdios do canal.

Presidente
Um dos pontos altos da programação da Cultura será a participação do presidente Fernando Henrique Cardoso. Ele gravou um depoimento, na última terça-feira, de cerca de 15 minutos comentado o tema, "O País que Queremos".
A idéia inicial era que a participação de FHC ocorresse ao vivo, ao lado de dona Ruth e seus netos, mas problemas de agenda não permitiram a transmissão.
"É a primeira vez que o presidente participa, o que dá um peso institucional à programação que ela não tinha", analisa Brandão.

Documentário
Outro ponto alto da programação será a exibição do documentário "De Volta para Casa", com direção de Ricardo Lobo, sobre projetos bem-sucedidos de reintegração familiar de menores de rua.
O especial, concebido especialmente para a data, é uma iniciativa do Núcleo de Documentários da emissora, reativado em agosto deste ano.
O documentário tomou por base três projetos: o Grupo Travessia, uma iniciativa do Sindicato dos Bancários de SP, que lida com menores do centro de São Paulo, o Balé Edisca, em Fortaleza, que inicia crianças carentes nas artes, e o Projeto Axé, de Salvador, ligado ao grupo Olodum.
"Ao longo dos anos, a Cultura já havia exibido séries especiais sobre o menor na rua, por meio de temas como a prostituição infantil e a criminalidade."
"Este ano, quisemos fazer algo diferente, mostrando os projetos que apresentam soluções", afirma Mário Borgneth, 39, chefe do Núcleo de Documentários da Cultura.



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