|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
NOVELA
"Louca Paixão", a nova novela da emissora, tem 30% das cenas
em penitenciária desativada
Presídio vira estúdio da Record
da Reportagem Local
Pelo menos 30% das cenas da novela "Louca Paixão", que estréia dia 22 de
março na Record, vão ser
gravadas no presídio do
Hipódromo, no Brás (zona
leste de São Paulo), hoje
desativado, mas que já foi
palco de grandes rebeliões.
Para dar maior realidade
à história, sobre o editor de
uma revista de moda que
se apaixona pela voz de
uma presidiária em uma linha cruzada, a produção
começou a gravar na semana passada no presídio,
utilizado recentemente pela novela "Torre de Babel", da Globo.
Curiosamente, Karina
Barum é uma das presas
que têm cenas no presídio,
que foi cenário de José Clementino (Tony Ramos), o
pai da personagem da atriz
em "Torre de Babel".
Em "Louca Paixão", remake da primeira novela
diária brasileira, "2-5499,
Ocupado", de 1963, Karina Barum é a presidiária
Letícia, por quem Maurício Mattar, o editor André,
se apaixona.
Ela, Suzy Rêgo, Maria
Alves e Ingra Liberato são
as detentas, que estão gravando em cinco celas, corredores, pátio e em frente à
fachada do Hipódromo. A
Record gastou R$ 30 mil
em reformas no presídio, e
vai utilizá-lo até o final das
gravações. A novela tem
132 capítulos.
"O local estava sujo e
abandonado. Pintamos as
celas na mesma tonalidade
de cinza e envelhecemos a
pintura para dar aspecto
de usado", diz Waldir
Gunther, diretor de arte.
O refeitório, a sala do diretor e a secretaria com as
telefonistas serão reproduzidos em estúdio.
O presídio está desativado desde 95. Hoje, abriga o
departamento de saúde do
sistema penitenciário de
São Paulo.
Com 4.100 m2, o Hipódromo já foi cenário de
grandes motins. Em 1984,
880 presos destruíram três
andares do presídio, que
teve de ficar fechado durante dois anos.
Em 94, aconteceram
duas rebeliões: a primeira
resultou em uma morte e
53 feridos, e, na segunda,
oito agentes carcerários foram mantidos como reféns
e 23 presos fugiram.
Considerado sem condições de funcionamento pelo governo estadual, o presídio foi desativado e os
presos, distribuídos em
penitenciárias da Grande
São Paulo.
Segundo a Record, o governo cedeu o espaço de
graça, em troca de melhorias para o local.
A Record deve gastar
mais R$ 20 mil para concluir a reforma. A produção também teve de decorar as celas, a partir de pesquisas feitas na penitenciária de Franco da Rocha
(Grande São Paulo).
"Há detalhes no cenário
como o bolso da calça
jeans, que as presidiárias
arrancam e colam na parede para fixar o varal, e caixas de cigarro vazias usadas para colocar pasta, escova de dente e esmalte",
diz Gunther.
As ex-atrizes da Globo
Suzy Rêgo e Karina Barum
vão fazer laboratório no
presídio de Franco da Rocha, nesta semana.
(DEBORAH GIANNINI)
Texto Anterior: TV paga: Filme "Air America" vira seriado Próximo Texto: Infantil: "Luz Clarita" conquista crianças Índice
|