São Paulo, domingo, 16 de abril de 2000


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PERFIL / LEONOR CORRÊA
Atual diretora do "Programa Fábio Jr.", da Rede Record, a paulista Leonor Corrêa, 37, começou sua carreira na TV Princesa, de Campinas. Passou pela Cultura, comandando o "Vitrine", SBT, Bandeirantes e Globo -onde trabalhou no programa de seu irmão, Fausto Silva. Ex-estudante de direito, ela agora prepara o "Top TV", um "game show" entre universitários criado para homenagear os 50 anos da televisão no Brasil.

DA REPORTAGEM LOCAL

Como será o "Top TV" e por que a Record decidiu fazer um "game show" sobre os 50 anos da TV brasileira?
A direção da Record havia me pedido um projeto que contemplasse essas cinco décadas da TV. Pensei em aproveitar o arquivo da emissora, mas sem usar o formato de documentário. E também pensei nos profissionais de comunicação do futuro. Assim, resolvemos fazer um "game show" entre faculdades de comunicação de todo o país. Além das provas que serão feitas aqui, vamos propor desafios como fazer um vídeo e elaborar uma radionovela. E, entre os prêmios, sortearemos um estágio de um ano na Record. Com os quadros, vamos relembrando a história da TV, como o "Flashback Record", no qual projetaremos imagens de programas antigos da emissora, e os participantes têm de adivinhar.
Mas só haverá perguntas sobre atrações da Rede Record?
Não. Criamos, por exemplo, uma prova em que a produção solta vários nomes de personagens de novelas, e os alunos têm um minuto para dizer quem os interpretou. Naturalmente haverá mais novelas da Globo.
Já está decidido quando o programa vai estrear? E ele só vai ser exibido neste ano?
A princípio, entraremos no ar ainda em abril, sempre às segundas-feiras, às 22h. O "Top TV" não deve ser exibido somente neste ano. TV faz parte da vida de todos, não se esgota. Podemos continuar com ele por mais tempo. O que pode acontecer é a gente, em 2001, fazer o programa com outras faculdades.
Como uma estudante de direito acabou se tornando diretora de TV?
É uma história interessante. Quando nasci, em 62, meu pai recebeu um cartão do Blota Júnior (jornalista e apresentador de TV morto em 99), que era amigo dele, parabenizando-o pelo meu nascimento e dizendo: "Conto com o voto dela para o Senado em 82". Meu pai guardou o cartão, que achou engraçado, e, 20 anos depois, me mostrou. Tirei uma cópia do bilhete e mandei uma carta para o Blota, que na época era um dos donos da TV Princesa, de Campinas. Em 84, fui acompanhar um amigo meu até lá, e o Blota me levou para um estúdio. Sem eu saber, ele gravou nosso bate-papo. Quando a conversa acabou, me disse: "Você tem talento e vai começar agora".
E como virou apresentadora do "Vitrine", da TV Cultura?
Depois da TV Princesa, trabalhei em várias afiliadas da Globo no interior de São Paulo, como a TV Sul de Minas, onde era repórter e apresentadora. Em 89, fui para o SBT, e, dali, aconteceu a grande virada da minha vida, quando recebi o convite para apresentar e dirigir o "Vitrine", na Cultura. Foi quando chamei a Renata Ceribelli, hoje na Globo. Depois, em 92, fui para o horror da Rede OM, uma confusão que durou seis meses. Entrei de besta, para fazer um programa de auditório chamado "Coçando o Sábado". Não pagaram a gente... Trabalhei ainda em vários lugares, até ir para o "Domingão do Faustão".
E teve muita gente que achou que você estava no "Faustão" por causa do seu irmão? E por que você saiu de lá?
Já tinha uma história profissional antes de ir trabalhar com meu irmão, mas confesso que fiquei com medo de acharem isso. Saí porque queria uma coisa diferente, então fui para a Bandeirantes.
É claro que acho normal as pessoas me ligarem ao Fausto, somos muito parecidos e temos uma relação maravilhosa. Sempre palpitamos na vida um do outro. Aliás, acho um desperdício limitarem a atuação dele ao "Domingão", onde é usado apenas como um cara que chama musical. As pessoas não sabem o quanto ele adora viajar e como é bom entrevistador. Se estivesse na Globo, faria um programa do tipo "Viajando com o Faustão". É um desperdício...
Por falar em seu irmão, o que acha da decisão do "Domingão do Faustão" de não mais exibir atrações musicais que tenham ido ao programa do Gugu, do SBT?
Não sei a opinião do Fausto, mas acho a decisão antipática e antidemocrática. É uma troca, a TV precisa do artista e vice-versa. E quem sai perdendo com atitudes como essa é o público.
O que você, que já esteve em uma TV educativa, acha de trabalhar em um programa considerado brega por muitos, como é o caso do "Programa Fábio Jr."?
Quando você trabalha em emissoras educativas, você faz programas para seus amigos. Você vai jantar, todo mundo te cumprimenta, te elogia, você recebe prêmios. Por quê? Porque quem assiste é formador de opinião. Já em uma emissora comercial, sua função é colocar no ar uma atração que dê audiência. E, no meu caso, que também seja de bom gosto. O programa do Fábio é popular, mas não tem apelação, não ofende ninguém. (ERIKA SALLUM)



BLITZ
Nome completo: Maria Leonor Corrêa Silva
Nascida em: 14.12.62; em Araras (SP)
Estado civil: "casada com um advogado, mas não no papel"
Na TV, se diverte com: "Zapping", da Rede Record




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