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A ZONA MORTA
Livro de Stephen King vai virar série
Michael Piller, que modernizou "Jornada nas Estrelas", pilota a adaptação, que tem custo de cerca de US$ 1 milhão por episódio
SALVADOR NOGUEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Os apreciadores de terror e suspense já
têm seu programa favorito na próxima
temporada televisiva norte-americana:
"The Dead Zone". A série nem estreou,
mas já conta com um grupo fervoroso de
fãs -os seguidores do escritor Stephen
King.
"The Dead Zone", baseada no livro homônimo, conta a história de um jovem
chamado Johnny Smith, que passou seis
anos em coma após um acidente de automóvel. Quando acorda, ele descobre
que tem um novo poder -quando ele
toca as pessoas, pode ver rápidos lances
do futuro ou do passado delas. Os médicos, entretanto, dizem que são apenas
alucinações, causadas por uma parte
dormente de seu cérebro, a "zona morta". Agora ele tem apenas o apoio de sua
namorada, Sarah, para restaurar a normalidade em sua vida.
A série foi originalmente concebida para ser um programa "reserva" da rede
norte-americana UPN e só entraria na
temporada atual caso um dos "titulares"
não tivesse boa audiência.
A UPN encomendou um piloto, mas
acabou não levando à frente a produção
da série, o que possibilitou ao canal a cabo USA Network assumir a empreitada,
a mais cara de sua história, com cada episódio orçado em cerca de US$ 1 milhão.
Além do piloto, já pronto, estão encomendados outros 22 capítulos.
O responsável pela adaptação é o produtor e escritor Michael Piller. Se o respeito à obra for importante para o sucesso do programa, Piller é o homem ideal.
Ele articulou o rejuvenescimento da
franquia "Jornada nas Estrelas" quando
entrou para a equipe da série "A Nova
Geração", em 1989. E é co-criador das séries subsequentes "Deep Space Nine" e
"Voyager". Seu lema sempre foi introduzir elementos criativos, mas respeitando
as regras do criador da série original, Gene Roddenberry.
Piller acha que conseguirá fazer a mesma coisa com "The Dead Zone". "Tenho
um palpite que os fãs de Stephen King ficarão satisfeitos", disse ele ao TV Folha.
"Eu tentei me colocar na posição deles
do mesmo modo que fiz quando estava
trabalhando em "Jornada'; sabia que os
fãs de Roddenberry eram exigentes."
Para ele, a fórmula para o sucesso é
simples: "Acho que o segredo é ser fiel às
intenções originais de King para o personagem Johnny Smith". O escritor pensou até em pegar o fio da meada onde o
filme de mesmo nome (dirigido por David Cronenberg, em 1983) parou, mas
achou que isso restringiria suas possibilidades. "Eu queria fazer algo singular para televisão."
Na nova versão televisiva, Johnny
Smith é interpretado por Anthony Michael Hall, que ficou famoso com aparições no "Saturday Night Live". Apesar de
sua veia cômica, Piller afirma que o ator
foi a escolha ideal: "Ele é Johnny Smith".
Apesar de ter sido um livro com uma
única história e depois um filme, Piller
não acredita que terá dificuldade para
contar uma história por semana. "Temos estudado possíveis enredos por dois
meses e a gama de histórias deixa claro
que podemos seguir para sempre com
essa premissa", diz Piller. "Eu disse aos
roteiristas para virem às reuniões para,
literalmente, pensar fora da caixa, porque eu não quero fazer televisão tradicional e tenho sido recompensado com algumas idéias clássicas para episódios."
Não é apenas Michael Piller que veio
do mundo de "Jornada nas Estrelas" para "The Dead Zone". Nicole deBoer
(atriz que interpreta Sarah) é conhecida
dos fãs da ficção científica como a alienígena Ezri Dax, de "Deep Space Nine".
Além disso, Piller trouxe outros colegas para a equipe de criação, como Joe
Menosky e Michael Taylor, que participaram de "Jornada" e "Voyager". "Joe
escreveu um episódio ótimo sobre
Johnny se apaixonando por uma garota
que ele só vê numa visão de um lugar distante de muito tempo atrás", diz Piller.
A produção dos episódios regulares está começando neste mês, em Vancouver
(Canadá). O programa é produzido pela
produtora de Piller e de seu filho Shawn,
a Piller Squared, e tem estréia marcada
para setembro, nos EUA. Embora o USA
Network tenha um canal veiculado no
Brasil, ainda não há perspectiva concreta
de exibição da série por aqui.
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