São Paulo, domingo, 18 de outubro de 1998

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O FALSO TRAÍDO

'Colocaram até chapéu de chifres'

Eduardo Knapp/Folha Imagem
Oliveira com a mulher e os filhos; o falso flagrante foi exibido pelo SBT


da Reportagem Local

O pedreiro desempregado Sebastião José de Oliveira diz estar "profundamente arrependido" de ter feito o "papel de corno" no "Programa do Ratinho", em setembro.
"Agora todo mundo me chama de chifrudo e minha mulher, uma serva de Deus, não pode mais sair na rua", afirma.
Oliveira participou de uma armação em que dizia ter uma gravação em vídeo que mostrava sua mulher com outro homem.
Ele diz que foi abordado, no terminal de ônibus de Mauá, pela mulher que, no vídeo, fazia o papel de traidora. Essa mulher ganha a vida trocando passes.
"Ela me mostrou a Regina (Rosemeire Regina Ramalho, produtora free-lancer do "Programa do Ratinho'), que me disse que daria R$ 100 para eu fazer um papel na televisão. Só fui saber que era papel de corno e que já havia uma fita gravada quando cheguei ao SBT. Já era tarde para desistir. A Regina disse que eu não ganharia nada", conta.
No ar, Oliveira duelou com a falsa mulher e com um falso cunhado. "Fiz o melhor possível", lembra. O "caso" também gerou briga. "A produção me instruiu a fazer esse trabalho. Disseram que não era para bater na cara, mas o rapaz que fazia o papel de meu cunhado me deu um soco no rosto, e eu tive de revidar."
O pedreiro diz ter sido humilhado no programa. "Colocaram até um chapéu de chifres na minha cabeça."
(DANIEL CASTRO)



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