"Desejos" aposta na torcida do público

Autor diz que novela que substitui "As Filhas da Mãe" a partir de amanhã será tradicional e fugirá de polêmicas

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Mel Lisboa, que vive uma garota do interior recém-chegada à capital para tentar ser modelo

"NÃO há fórmula para o sucesso. Apostamos numa história, e, claro, esperamos que o público torça, acompanhe e se emocione." É assim que Euclydes Marinho, autor da nova novela das 19h da Globo, "Desejos de Mulher", explica a "estratégia" para atrair de volta o público para o horário.

A produção, que estréia amanhã, chega para substituir "As Filhas da Mãe", novela com elenco estelar e linguagem inovadora, mas dona de índices de ibope semelhantes aos da trama juvenil "Malhação". "As Filhas..." entra para a história das telenovelas da Globo como uma das que teve vida mais curta (leia mais sobre o assunto nas páginas 8 e 9).
"Desejos", entende-se pela definição de Marinho, promete ser mais tradicional. "É uma novela com todos os ingredientes que o gênero tem. Temos o aspecto folhetinesco, temos comédia, drama, enfim, tudo o que já conhecemos. A diferença está na temática, cuja proposta é única: contar a história dos desejos das mulheres, partindo da vida de duas delas, Andrea Vargas e Julia Moreno. É uma história de construção e reconstrução de vidas", afirma o autor.
Andrea (Regina Duarte) é uma bem-sucedida estilista. Dona de uma marca com seu nome, descobre, já adulta, que é filha adotiva. Em sua história, estão presentes dois amores: o infiel marido e sócio, Bruno Vargas (José de Abreu), e um ex-noivo, Diogo Valente (Herson Capri), que, mesmo após anos sem contato com Andrea, espera reconquistá-la.
Julia (Glória Pires) é a intempestiva irmã de Andrea. Em um rompante, revela o segredo da adoção da irmã à própria. Casada com Renato Moreno (Cassio Gabus), abandonou por opção o jornalismo para se dedicar às tarefas de casa. Mas vai deixar de lado a pacata vida do lar para investigar a aparentemente injusta prisão do marido.
Na trama de Marinho, ainda há duas personagens femininas que devem ganhar destaque e não podem faltar em uma boa novela: a vilã e a mocinha sonhadora, cujo caminho é palmilhado com dificuldades.
A primeira é Selma (Alessandra Negrini). Responsável pelo marketing da empresa de Andrea, torna-se amante de Bruno para obter vantagens na carreira. Representa um estereótipo de mulher vazia e preocupada apenas com bens materiais e a própria aparência física.
Já Gabriela (Mel Lisboa) é uma garota de 19 anos, nascida no interior do Rio de Janeiro e que vai para a capital em busca do sucesso como modelo. Logo ao chegar, tem de dormir na rua. Sua melhor amiga e conterrânea é Xana (Luiza Mariani). Retraída, apesar do visual moderno, sonha em casar e ter filhos. Representará a antítese de Gabriela.
Com direção de Dennis Carvalho, é sobre essa mulheres que se sustentará a trama de Marinho, especialista em roteiros sobre o mundo feminino. São dele as histórias das séries "Malu Mulher" e "Confissões de Adolescente" (baseada no livro homônimo de Maria Mariana).
O autor também foi responsável por outra produção das 19h da Globo, "Andando nas Nuvens" (1999), que teve desempenho mediano no ibope. Quanto à polêmica que por vezes ronda seus textos, como em "Malu", Marinho é taxativo: não há espaço para isso no horário.