São Paulo, domingo, 20 de outubro de 2002

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SUPERMERCADO ELETRÔNICO

Diretor do canal, que completa oito anos, diz que as pessoas têm medo de sair às compras

Violência alavanca vendas do Shoptime

DA REPORTAGEM LOCAL

SINTONIZADO em aproximadamente 10 milhões de residências, via parabólica e cabo, o Shoptime, primeiro canal de venda à distância da América do Sul, completa oito anos no mês que vem tentando acostumar o brasileiro a comprar -de copos a carros, passando por lençóis e CDs- pela TV. Até hoje, cerca de 1,2 milhão de pessoas já cederam aos argumentos de televendedores como Viviane Romanelli e Fabiana Boal, que apresentam "TV UD" e "Casa&Conforto", os líderes em vendas no canal.
Feito nos moldes do "Homeshopping Network", canal americano que atinge 80 milhões de residências nos Estados Unidos, o Shoptime apresenta oito programas. Segundo o diretor de programação do canal, Carlito Camargo, a violência urbana é o principal motivo para seu crescimento. "Infelizmente, as pessoas têm medo de sair de casa", diz ele, afirmando que o faturamento do canal entre janeiro e setembro já igualou os R$ 96 milhões dos 12 meses de 2001.
De acordo com Camargo, o Shoptime ainda não amargou os efeitos da crise econômica, já que se direciona às classes A e B. "Nosso público não vai a Nova York duas vezes por ano, mas vai uma", diz ele. "E nada mais justo do que comprar, aqui, o que compraria no exterior", afirma, explicando que os produtos não são caros, mas sim "de boa qualidade".
Uma cartada da empresa, formada pela Globo Par, GP Participações e Grupo Macal, foi atrelar o canal a sucessos da Globo, como as novelas "Laços de Família", "Andando nas Nuvens", "Terra Nostra", e até ao "reality show" "Big Brother Brasil", que serviram de palco para as vendas de Viviane Romanelli. Agora é a vez de "Esperança".
"O Centro de Atendimento ao Consumidor, da Globo, identifica a volúpia das pessoas em consumir certos objetos das novelas, e nós tratamos de encontrar as coisas pra vender", afirma Camargo.
"A luminária da casa da Helena [Vera Fisher] em "Laços de Família" ensandeceu as pessoas. Tivemos que correr atrás dela", diz ele. As bijuterias da Cristal [Sandy] em "Estrela Guia" também deram trabalho. E ainda ocorre o inverso, e os cenários das novelas podem servir de vitrine para objetos saídos do Shoptime. "O pessoal da produção de arte da Globo já conhece nossos produtos", afirma Camargo. (FERNANDA DANNEMANN)



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