DA REDAÇÃO

NAS TRÊS edições anteriores a esta, o TV Folha perguntou aos leitores se eles achavam que é atribuição do governo o controle da qualidade do que é exibido na TV. Entre os 59 leitores que se manifestaram, 40 defenderam a interferência governamental. Os outros 19 afirmaram que esse não deve ser um papel do governo.
Aparício Duarte está entre os que defendem uma ação governamental. "Entendo que, se alguém quer assistir a programas divertidos e inúteis, como uma briga de pessoas seminuas dentro de uma banheira, deve procurar por isso em canais fechados, pagando por isso."
A leitora Yara Voigt Chaves vai além: "Gostaria que os intervalos também fosses censurados. Mesmo quando estão sendo exibidos programas infantis, as chamadas são de filmes violentos".
Entre os que defendem a liberdade para as emissoras decidirem o que levar ao ar, o principal argumento é o de que o governo tem atribuições mais importantes.
É o caso da leitora Edite Espinoza. "O governo deve se preocupar é com a falta de segurança. Deve sair dessa passividade, deixar de fazer de conta que nada está acontecendo", escreveu ela.
Essa é basicamente a linha de raciocínio da leitora Gabriela Nemirovsky, que acrescenta: "Se as emissoras estão perdendo a noção do que é "transmissível", isso ocorre porque alguém continua assistindo a essa programação".
O leitor Carlos Molina Noccioli diz temer que a portaria 796 do Ministério da Justiça -que muda as regras de classificação dos programas- possa significar a volta da censura. "Creio que, se o governo controlar a TV, será uma atitude típica de uma ditadura."
A leitora Marcia Harada desconfia da eficácia de um possível controle governamental. "Colocar nas mãos do governo a decisão do que vai ao ar é uma tolice. Será que ele iria permitir críticas e denúncias a entidades como o Congresso e a Justiça?"



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