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São Paulo, domingo, 23 de março de 2003

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"BUZZINA MTV"

Novo programa estréia amanhã com participação do público

Cazé promete anarquia

Kelly Fuzaro/MTV
Cazé no cenário da nova atração da MTV


FERNANDA DANNEMANN
DA REPORTAGEM LOCAL

ESTRÉIA amanhã, às 20h, ao vivo, o "Buzzina MTV", novo programa do VJ Cazé Peçanha, 35. Improviso, escracho e matérias feitas em todo o país por pessoas que queiram participar são a aposta da emissora. Para Cazé, "o caráter anárquico dá tesão".

Como vai ser o "Buzzina"?
Vamos do besteirol aos temas de grande impacto, como a guerra contra o Iraque. A idéia é provocar o telespectador. Podemos fazer enquetes, esquetes, entrevistas por telefone, trocas de figurino, ter convidados. O caráter anárquico dá tesão. Fizemos uma parceria com a Associação Brasileira de Televisão Universitária, e estudantes do país inteiro poderão fazer matérias pautadas por nós. E, através do site da MTV, qualquer pessoa pode se inscrever e mandar matérias via vídeo ou ao vivo, pelo celular.

Como ser escrachado sem errar na mão?
Muita gente me diz que consigo zoar as pessoas sem que elas fiquem mal. Mas a gente pode errar. Lembro de uma situação no "VJ por Um Dia", quando demorei a perceber que a garota que eu zoava estava incomodada. Cheguei perto e percebi. Recuei e dei uma acolhida nela. Quando acontece me sinto péssimo. As pessoas têm diferentes níveis de tolerância.

Ter trabalhado dois anos na TV Globo tornou você mais conhecido?
Nas classes mais populares sim, mas continuei sendo o Cazé da MTV.
Seu cartaz aumentou na MTV?
Aumentou, mas a volta foi difícil. A reação do público era uma incógnita: quem sai da MTV pode ser visto como se tivesse sido contaminado por outra marca. Mas não perdi minha identidade.

Talvez por isso não tenha dado certo?
Muita gente gostou do "Sociedade Anônima", mas isso não foi suficiente pra concorrer com o Silvio Santos. Então fui para o "Fantástico". Lá, acho que os problemas foram editoriais mesmo, porque eu entrava com 30 e saía com 33 pontos. [Cada ponto equivale a 47 mil domicílios na Grande SP]. No fim do meu contrato, fiz o Ronaldo Caiado -líder da UDR, extremamente conservador e associado a questões ecológicas de maneira negativa- plantar uma árvore no jardim do Congresso Nacional. Foi um feito histórico e não foi ao ar. Ridículo!

E por que não foi ao ar?
Ah, não sei, aí tem que perguntar pro [Carlos Henrique] Schroder [diretor da Central Globo de Jornalismo]. O pessoal do "Fantástico" adorava, mas a coisa parava nele. Conversei com ele quando o quadro estava em desenvolvimento, e ele não sabia se seria positivo. Alegava temer melindrar fontes do "Jornal Nacional".

Hoje você pensaria duas vezes, diante de um convite?
Não tenho o menor interesse em sair. Quando saí, foi pelo sonho de trabalhar com o "Casseta & Planeta" e pela possibilidade de alcançar um público bem maior. Mas não foi isso o que aconteceu. Participei de pesquisas de público na Globo e vi que a marca da MTV é muito forte. Tenho uma exposição muito maior na mídia aqui. Na MTV faço mais anúncios e ainda ganho mais dinheiro do que na Globo. Não tenho mais por que arriscar.


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