da Reportagem Local

Desde sua estréia, o "Samba, Pagode e Cia.", que a Globo exibe nas tardes de sábado, às 15h20, perde semanalmente na disputa da audiência para o "Programa Raul Gil", da Record.
O programa traz os dois vocalistas dos grupos que estão entre os maiores vendedores de discos de pagode no Brasil, mas nunca foram páreo para Raul Gil, um clássico apresentador de TV com uma carreira de quase trinta anos no ramo.
Já na estréia do "Samba, Pagode e Cia.", Gil venceu por 18 pontos contra 10 no ibope. A derrota provocou mudanças imediatas no programa, incluindo quadros com dramaturgia e a participação de Milton Gonçalves. Não adiantou. O programa foi derrotado novamente, 10 pontos contra 18 da Record.
A queda de braço seguiu sem que os pagodeiros conseguissem fazer frente à concorrência. E com Raul Gil rindo à toa.
"O problema deles é simples. Eles tocam a semana toda nas rádios e ainda ficam na TV. Ninguém aguenta. Se nós ganhássemos um programa desses na época do estouro do sertanejo ninguém ia querer nos ver", analisa o sertanejo Luciano.
"Eles fizeram besteira em concordar em fazer esse programa e vão acabar perdendo em vendagem para novos grupos de pagode que vão surgir", diz Roberto Manzoni, diretor do "Domingo Legal", que não pode receber os artistas por uma cláusula contratual entre eles e a Globo.
"Artista que põe o crachá da Globo, fica deslumbrado e passa a esnobar o nosso programa. Acho que esse cara está dando uma de Bozó", conclui Manzoni, referindo-se ao personagem de Chico Anysio.


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