São Paulo, domingo, 25 de outubro de 1998

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Separação virou escândalo no Rio

da Sucursal do Rio

"A façanha pessoal de Chiquinha Gonzaga me fascina". Essa é a razão que ainda faz a historiadora Edinha Diniz, mesmo após 21 anos pesquisando e divulgando a vida e obra de Chiquinha (1847-1935), encantar-se pela história da compositora.
"Com o passar do tempo fui amadurecendo, e minha visão sobre a história dela foi sofrendo reavaliações."
"Reavaliação" é também o que Edinha diz ter feito a primeira vez que se deparou com o arquivo pessoal de Chiquinha que estavam em poder da Sbat (entidade fundada por Chiquinha).
"Descobri que suas duas biografias eram apenas retratos 3x4. Chiquinha esteve tão à frente de seu tempo que produziu mais escândalo do que exemplo. Por isso mesmo um silêncio punitivo pesava sobre sua vida", disse Edinha.
Chiquinha casou-se aos 16 anos, com um oficial da Marinha Mercante, por imposição de seus pais. Quando se viu obrigada pelo marido a escolher entre ele e o piano, não teve dúvidas: "Senhor meu marido, fico com o piano, porque eu não posso viver sem harmonia."
Resultado: mais um escândalo.
Logo depois, casou-se novamente com um engenheiro de estradas de ferro, de quem também logo se separou. Para sobreviver começou a dar aulas de piano. Passou a integrar o grupo Choro Carioca como pianista, tocar em festas e frequentar o ambiente artístico da época.
Estreou como compositora em 1877, com a polca "Atraente", composta de improviso em roda de choro. Quando compôs a marchinha "Ó Abre Alas", Chiquinha já era famosa, em 1899.



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