Uma negociação está agitando a indústria de televisão dos Estados Unidos. A megacorporação Viacom, um dos maiores conglomerados de comunicações do planeta, recentemente fundiu-se com a rede de TV CBS, uma das três grandes dos EUA. Com essa operação, a Viacom deveria desfazer-se de sua participação na UPN, afinal, nos Estados Unidos, assim como no Brasil, um mesmo grupo não pode ser dono de mais de uma rede de TV.
A UPN, que oscila entre o quarto e o sexto lugar no ranking das maiores redes de TV dos EUA, exibe vários seriados de ficção científica e, mais recentemente, vem conseguindo razoáveis índices de audiência com programas como a série de animação "Dilbert" e a sitcom "Shasta McNasty" (que estréia no Brasil no mês que vem, no canal Sony, como informa texto à pagina 3).
Quando a Viacom se preparava para vender sua parte na UPN, o outro sócio, a BHC Communications, acabou vendendo à Viacom sua parte na empresa. Com isso, a Viacom agora detém o controle total da UPN.
A Comissão Federal de Comunicações, que poderia "melar" o negócio, deve acabar por permitir que a Viacom controle as duas redes por duas simples razões.
Analisando-se o mercado de TV dos EUA, com o crescimento do número e da audiência dos canais via cabo, não haveria motivos para uma preocupação tão grande quanto à concentração na TV aberta. Isso sem falar na multiplicação de opções na Internet.
Outra razão seria a ameaça que a Viacom fez há poucos meses, quando deixou claro que, caso fosse forçada a sair da sociedade na UPN e caso ninguém fizesse uma boa oferta por sua participação, o grupo se veria obrigado a fechar a emissora, o que ninguém quer.
Por fim, há ainda uma razão politicamente correta e ligada à corrente da chamada Ação Afirmativa que justificaria a necessidade de manter a UPN em operação: ela é a rede que mais espaço dá às minorias excluídas da programação das grandes redes -45% dos atores das séries da emissora são afro-americanos. Atores negros são os astros de séries exibidas em horário nobre, como é o caso de "Moesha", "Grown Ups" e "The Parkers". A UPN tem também apresentadores latinos easiáticos.


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