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GUERRA DE AUDIÊNCIA
Elenco milionário de "As Filhas da Mãe", novela em tom de comédia que estréia amanhã, é a maior arma da emissora para cativar o público
Globo escala tropa de choque às 7h da noite
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Reynaldo Gianecchini, Cristina Pereira, Raul Cortez e Alexandre Borges em cena da nova novela global |
MARCELO MIGLIACCIO
DA REDAÇÃO
A ESTRATÉGIA do SBT de tentar
abocanhar uma fatia da audiência do horário nobre com suas novelas de raízes hispânicas vai enfrentar,
a partir de amanhã, a tropa de choque
recrutada pela TV Globo para o elenco de "As Filhas da Mãe", a nova novela das 19h da emissora. O autor, Silvio de Abreu, e o diretor, Jorge Fernando, conseguiram reunir um time
de astros e estrelas que nem as novelas das oito, tradicionais carros-chefes da emissora, costumam ter.
"Quando decidi voltar à comédia,
por insistência do Jorginho, decidi
também que queria um elenco sensacional", conta Abreu, que só começou a desenvolver os personagens
após a confirmação de cada ator. Depois disso, numa terceira etapa, surgiu a trama, definida pelo autor como "um cordel sulista paulistano".
Traduzindo: uma comédia que se
passa em São Paulo e tem sua narrativa conduzida por raps compostos
especialmente para cada personagem e para as diferentes situações.
Tudo começa quando o empresário metido a moralista Fausto Cavalcante (Francisco Cuoco) dá um
grande golpe financeiro e foge do
país. Com o escândalo, fica-se sabendo que a ex-mulher dele, Lulu de
Luxemburgo (Fernanda Montenegro), que todos julgavam morta, está
vivíssima e virou uma prestigiada
diretora de arte em Los Angeles.
Os filhos do casal, que se dispersaram pela Europa, também decidem
voltar ao Brasil depois do sumiço do
pai. Só que as irmãs inescrupulosas
Tatiana (Andréa Beltrão) e Alessandra (Bete Coelho) têm uma surpresa
ao reencontrarem o irmão Ramon
(Cláudia Raia), agora transformado
em Ramona graças a uma operação
de mudança de sexo.
O golpe de Fausto deixa fulos da vida seus dois sócios num requintado
"resort" -cujo set de gravação ocupa uma área de 12 mil metros quadrados-, Manolo Gutierrez (Tony
Ramos) e Arthur Brandão (Raul
Cortez). Eles disputarão com as filhas da mãe e com o ambicioso administrador do estabelecimento,
Adriano (Thiago Lacerda), o controle do negócio. O galã de "Terra Nostra", por sinal, interpreta seu primeiro vilão.
Apesar de o diretor Jorge Fernando
afirmar que "o horário das 19h permite brincar com todos os gêneros",
ele conta com uma trupe de coadjuvantes que reforça a expectativa de
uma comédia de situação das mais
rasgadas.
Regina Casé, Cláudia Jimenez,
Cleide Yáconis, Flávio Migliaccio,
Elias Gleiser, Patrícia Travassos,
Alexandre Borges, Cristina Pereira e
Diogo Vilela vão movimentar os diversos núcleos da trama. Suas intervenções, tipo em-cada-cena-um-esquete, prometem ser uma poderosa
arma contra o dedo nervoso do telespectador no controle remoto.
Fernanda Torres e Edson Celulari
farão participações especiais. A primeira interpreta a personagem da
mãe na juventude e fica no ar apenas
na primeira semana. A aparição de
Celulari é ainda mais breve, pois seu
personagem, Edimilson, marido de
Rosalva (Regina Casé), morre num
acidente logo no primeiro capítulo.
Os raps que serão o fio condutor da
narrativa foram idealizados pelo
próprio autor e adaptados pelos
compositores Mu Carvalho e Dudu
Falcão. Paulinho Soledade é o cantor, cuja voz tem um quê de Gabriel,
O Pensador.
A importância que a Globo dá para
a novela também pode ser medida
pelos gastos com figurinos -há personagens com até 30 peças de vestuário- e pela cenografia. Além do
"resort" fictício, foram construídos
30 cenários para gravações em estúdio e uma cidade cenográfica de 500
metros quadrados. "Será o melhor
da dupla Silvio e Jorge", diz o diretor. Com a palavra, o Ibope.
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