São Paulo, domingo, 26 de agosto de 2001

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GUERRA DE AUDIÊNCIA

Elenco milionário de "As Filhas da Mãe", novela em tom de comédia que estréia amanhã, é a maior arma da emissora para cativar o público

Globo escala tropa de choque às 7h da noite


Reynaldo Gianecchini, Cristina Pereira, Raul Cortez e Alexandre Borges em cena da nova novela global


MARCELO MIGLIACCIO
DA REDAÇÃO

A ESTRATÉGIA do SBT de tentar abocanhar uma fatia da audiência do horário nobre com suas novelas de raízes hispânicas vai enfrentar, a partir de amanhã, a tropa de choque recrutada pela TV Globo para o elenco de "As Filhas da Mãe", a nova novela das 19h da emissora. O autor, Silvio de Abreu, e o diretor, Jorge Fernando, conseguiram reunir um time de astros e estrelas que nem as novelas das oito, tradicionais carros-chefes da emissora, costumam ter.
"Quando decidi voltar à comédia, por insistência do Jorginho, decidi também que queria um elenco sensacional", conta Abreu, que só começou a desenvolver os personagens após a confirmação de cada ator. Depois disso, numa terceira etapa, surgiu a trama, definida pelo autor como "um cordel sulista paulistano". Traduzindo: uma comédia que se passa em São Paulo e tem sua narrativa conduzida por raps compostos especialmente para cada personagem e para as diferentes situações.
Tudo começa quando o empresário metido a moralista Fausto Cavalcante (Francisco Cuoco) dá um grande golpe financeiro e foge do país. Com o escândalo, fica-se sabendo que a ex-mulher dele, Lulu de Luxemburgo (Fernanda Montenegro), que todos julgavam morta, está vivíssima e virou uma prestigiada diretora de arte em Los Angeles.
Os filhos do casal, que se dispersaram pela Europa, também decidem voltar ao Brasil depois do sumiço do pai. Só que as irmãs inescrupulosas Tatiana (Andréa Beltrão) e Alessandra (Bete Coelho) têm uma surpresa ao reencontrarem o irmão Ramon (Cláudia Raia), agora transformado em Ramona graças a uma operação de mudança de sexo.
O golpe de Fausto deixa fulos da vida seus dois sócios num requintado "resort" -cujo set de gravação ocupa uma área de 12 mil metros quadrados-, Manolo Gutierrez (Tony Ramos) e Arthur Brandão (Raul Cortez). Eles disputarão com as filhas da mãe e com o ambicioso administrador do estabelecimento, Adriano (Thiago Lacerda), o controle do negócio. O galã de "Terra Nostra", por sinal, interpreta seu primeiro vilão.
Apesar de o diretor Jorge Fernando afirmar que "o horário das 19h permite brincar com todos os gêneros", ele conta com uma trupe de coadjuvantes que reforça a expectativa de uma comédia de situação das mais rasgadas.
Regina Casé, Cláudia Jimenez, Cleide Yáconis, Flávio Migliaccio, Elias Gleiser, Patrícia Travassos, Alexandre Borges, Cristina Pereira e Diogo Vilela vão movimentar os diversos núcleos da trama. Suas intervenções, tipo em-cada-cena-um-esquete, prometem ser uma poderosa arma contra o dedo nervoso do telespectador no controle remoto.
Fernanda Torres e Edson Celulari farão participações especiais. A primeira interpreta a personagem da mãe na juventude e fica no ar apenas na primeira semana. A aparição de Celulari é ainda mais breve, pois seu personagem, Edimilson, marido de Rosalva (Regina Casé), morre num acidente logo no primeiro capítulo.
Os raps que serão o fio condutor da narrativa foram idealizados pelo próprio autor e adaptados pelos compositores Mu Carvalho e Dudu Falcão. Paulinho Soledade é o cantor, cuja voz tem um quê de Gabriel, O Pensador.
A importância que a Globo dá para a novela também pode ser medida pelos gastos com figurinos -há personagens com até 30 peças de vestuário- e pela cenografia. Além do "resort" fictício, foram construídos 30 cenários para gravações em estúdio e uma cidade cenográfica de 500 metros quadrados. "Será o melhor da dupla Silvio e Jorge", diz o diretor. Com a palavra, o Ibope.



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