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"A PADROEIRA"
Autor de "O Cravo e a Rosa" assina
a próxima trama de época da TV Globo
Carrasco enfrenta novo desafio
CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO
QUE o horário das seis sempre foi o
mais indicado para as novelas de
época, todo mundo sabe. A novidade
agora é a consolidação de um autor como especialista no gênero: Walcyr Carrasco, 49.
Depois de estrear na Globo com "O
Cravo e a Rosa", novela ambientada nos
anos 20, Carrasco viaja até o início do século 18, período em que se dá sua próxima trama, "A Padroeira", com estréia
prevista para 18 de junho.
Será a quarta novela do autor. É também a quarta ambientada no passado,
mais precisamente em 1717, na vila de
Santo Antônio de Guaratinguetá, na então Capitania de Minas e São Paulo. É ali
que vai se desenrolar o romance proibido entre os personagens Cecília e Valentim (Deborah Secco e Luigi Barrichelli,
pela primeira vez protagonistas).
Cecília é a filha de um nobre português,
dom Lourenço (Paulo Goulart), prometida para dom Fernão (Maurício Mattar).
Valentim é o filho de um fidalgo que se
recusou a entregar o mapa de uma mina
de ouro à coroa portuguesa, caindo em
desgraça perante a sociedade.
"É um "Romeu e Julieta" mesmo", afirma Walcyr Carrasco.
O romance, porém, será entrelaçado
com bastante ação, segundo o autor. Já
no primeiro capítulo, Cecília sofre uma
tentativa de sequestro comandada pelo
bandido Molina (Luís Mello), mas é salva
por Valentim. A sequência marca o encontro do casal.
O herói, ao longo da novela, vai atrás da
mina de ouro, cuja localização exata está
no mapa escondido por seu pai. Achar o
ouro pode representar sua ascensão social e a possibilidade concreta de se casar
com Cecília.
Walcyr Carrasco afirma que sua obra
tem como referências Shakespeare
(1564-1616), Alexandre Dumas (1802-1870) e o romance "As Minas de Prata",
de José de Alencar (1829-1877).
Enquanto "O Cravo e a Rosa" foi uma
novela romântica, o autor considera "A
Padroeira" um épico. "É uma história
que lembra muito as séries de aventura",
diz o escritor.
A novela justifica o título de "A Padroeira" no seu núcleo de pescadores.
Ali, é contada a história, baseada em fatos reais, do surgimento do culto a Nossa
Senhora de Aparecida.
A especialização de Walcyr Carrasco
em novelas de época não é gratuita. Ele
cursou faculdade de história durante
três anos, antes de se tornar jornalista.
"Eu tenho paixão pelas coisas históricas.
Mas cada trama pede sua época", afirma
ele.
Para Carrasco, o papel de uma novela
não é inovar. É contar uma boa história.
"Ela pode ser inovadora e não atrair o
público, como pode ser acadêmica e ser
boa", diz.
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