CRISTIAN KLEIN
DA SUCURSAL DO RIO

NOVO cenário, novas colunas e mais informalidade. O "Bom Dia Brasil" terá uma "cara" nova a partir de amanhã. A maior mudança no telejornal matutino da Globo será no cenário. Em vez de dois, terá apenas um ambiente. "A intenção do cenário único é integrar mais o ambiente de "hard news" (noticiário) e o ambiente do comentário, da análise", diz o apresentador e editor-chefe do programa, Renato Machado.
Uma "escultura", inspirada no trabalho do venezuelano Jesus Soto, representante da "optical art" e da arte cinética, ficará atrás de Renato Machado e da apresentadora Leilane Neubarth. A "escultura" é feita de vários feixes de acrílico que descem do teto e formam a imagem do globo terrestre e do mapa do Brasil.
Ao lado do balcão de "hard news" ficará o ambiente com poltronas e uma mesa de centro, onde os apresentadores farão comentários sobre o noticiário.
"Queremos mais informalidade, o que não quer dizer falta de seriedade com a notícia. A idéia é que o espectador se sinta na sala de estar de sua casa, abrindo o jornal pela manhã", disse Machado.
A coluna sobre culinária "Arte na Mesa", há nove meses fora do ar, está programada para voltar. Outras colunas terão periodicidade maior. É o caso de "Com que Roupa?", sobre moda masculina, apresentada por Julinho Rego; "Brasil Afora", sobre esportes regionais exóticos; "Tempos Modernos", sobre aparelhos eletrônicos; "Eles São Demais", voltado para pais de crianças e adolescentes; e "Abrindo o Jogo", com as entrevistas de Leilane Neubarth.
Uma nova coluna, sobre fitness, está sendo planejada. "Pesquisas dizem que muitos executivos assistem ao "Bom Dia Brasil" enquanto fazem ginástica", disse Liliane Yusim, editora-executiva do programa. No novo formato, o telejornal pretende ser mais dinâmico, dando mais espaço para os comentaristas (Alexandre Garcia, Miriam Leitão e Ricardo Boechat) e mais entradas ao vivo de outras praças, como Recife e Belo Horizonte.
Hoje, além de Renato Machado e Leilane Neubarth, no Rio, o "Bom Dia Brasil" tem a participação fixa dos apresentadores José Roberto Bournier, em São Paulo, e Cláudia Bomtempo, em Brasília.
"Notícia qualquer um dá. Mas nosso objetivo é trocar em miúdos a informação da noite anterior", diz Cláudia Bomtempo, que costuma chegar à redação "mais tarde" que os outros colegas. "Começo às 5h10, e o Renato, às 5h", diz a apresentadora. Liliane Yusim é a primeira a chegar, às 4h45. O programa vai ao ar às 7h15. "Temos uma equipe que funciona 24 horas e deixa o programa pré-produzido. Mas é claro que mudamos muita coisa pela manhã", diz Liliane.
Na edição de amanhã, o "Bom Dia Brasil" pretende fazer as primeiras entrevistas com os prefeitos eleitos de São Paulo e do Rio de Janeiro.
Segundo Renato Machado, desde 1996, quando o "Bom Dia Brasil" deixou Brasília e passou a ser transmitido do Rio, a audiência do programa triplicou. "Antes, dava 3 pontos no Ibope. Hoje, oscilamos entre 8 e 9 pontos, mas às vezes chegamos a 13 pontos, como na última Olimpíada e na manhã seguinte ao primeiro turno das eleições." Cada ponto equivale a 80 mil telespectadores na Grande São Paulo.


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