São Paulo, domingo, 29 de dezembro de 2002

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Os canais eróticos disponíveis na TV paga do Brasil oferecem até um ousado "reality show"

Noites quentes

Divulgação
Modelo que pode ser vista no Playboy TV, que hoje estréia um novo "reality show"


RODRIGO RAINHO
DA REPORTAGEM LOCAL

Hoje estréia a segunda temporada de um "reality show" diferente, apenas para os assinantes do canal Playboy TV (Net, Sky e Directv). "7 Vidas Expostas", que será exibido às 9h e às 17h (com reprises também à noite), é um projeto da atriz Devinn Lane, uma ex-dançarina que virou uma das grandes estrelas do cinema pornô dos EUA.
No programa, ela acompanha o cotidiano dos seis participantes (três homens e três mulheres) em uma mansão em Malibu, norte de Los Angeles (EUA). O objetivo de cada um é iniciar relações íntimas com outros participantes do jogo ou mesmo com pessoas comuns, pois todos podem entrar e sair da casa. Não há vencedor, nem prêmios.
Pelo regulamento de "7 Vidas Expostas", que se transformou em um dos maiores sucessos de audiência do Playboy TV americano, as cenas de sexo devem ser apenas insinuadas. "Os participantes não são atores de filmes de sexo", afirma Renato Viola, diretor do canal no Brasil. "Eles ficam na casa, saem, convidam amigos e realizam festas", diz.

Programas Os canais eróticos disponíveis no Brasil, com mensalidades em torno de R$ 15 e pagas à parte do pacote da operadora, exibem também atrações produzidas aqui, além de reportagens, novelas e desfiles. "Produção nacional é mais familiar ao brasileiro, que tem interesses típicos, como o bumbum", diz Alcides Bueno Filho, diretor do canal paranaense Sexy TV (NeoTV).
O CineSex (também distribuído pela NeoTV) criou o "Brasil Sexy Show", programa que entrevista atores pornô, e "Rota 69", que mostra reportagens em boates e outros redutos da boemia.
"Um dos nossos desafios é manter o telespectador por mais tempo em frente à TV. Atualmente, a média é de 45 minutos", afirma Ivan Alexandre Barcellos, diretor-geral do canal.
Além de seu "reality show", o Playboy TV criou a novela erótica "Latin Lover", sobre bastidores das gravações de uma novela convencional; a série "Lendas Urbanas", que narra histórias de sexo do cotidiano. Seu público é formado em 70% por homens.
O canal Venus (Directv) se define como "hardcore". "Mostramos o conteúdo mais forte entre os canais do país, os brasileiros adoram", diz Leo Vieytes, diretor na América Latina.
Na lista de opções de canais do gênero, há ainda o Sexy Hot (Sky/Net) e o Hot Network (Directv), que exibem filmes durante 24 horas.

Mercado Para o consultor de mídia Antonio Rosa, da Dainet, o segmento erótico da TV ainda é incipiente. "O modelo de canal erótico do Brasil ainda é elitizado", diz ele, que calcula que cerca de 175 mil assinantes brasileiros (5% do total) tenham acesso a essa programação.


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