RUI DANTAS
da Reportagem Local

Para retratar a rebeldia de Vilminha Lisboa, em "Pecado Capital", a próxima novela das seis da Globo, a autora Glória Perez decidiu inseri-la no universo clubber.
Na trama, Vilminha é uma das filhas de Salviano Lisboa (Francisco Cuoco). Na primeira versão de "Pecado", exibida em 1975 e 76, a rebeldia da personagem era retratada em "rachas" de automóveis.
"Queria modernizar a personagem e, para mostrar que ela é rebelde, não poderia mais falar em "pegas'. Achei que o universo clubber seria o melhor, além de tratar da questão das drogas", afirma Glória.
A primeira participação de Vilminha na novela se dará em uma festa clubber. A personagem usará piercings, esmaltes escuros e maquiagem pesada.
"A festa aconteceu em Belford Roxo (área metropolitana do Rio) num ferro-velho. A Vilminha adora a vida noturna", conta Paloma.
A escolha de um ferro-velho, de acordo com o diretor da novela, Wolf Maya, também obedeceu à regra de se retratar as "raves" clubber. "Raves" são as festas promovidas em locais afastados, embaladas a ecstasy e tecno.
Assim, na festa será possível ver personagens com cabelos pintados (de amarelo limão, por exemplo), personagens com cabelos raspados ou com sombras negras no rosto.
Atores tatuados e drag queens também aparecerão na festa.
"A rebeldia dela (Vilminha) acontecerá mais no relacionamento que tem com os familiares e com seu analista do que quando vai a essas festas. Acho que a personagem vai ficar divertidíssima", revela a atriz.
Para compor a personagem, Paloma Duarte visitou festas e foi a boates, que os clubbers costumam frequentar em São Paulo. A atriz confessa que não gostou do que viu. "Fiquei um pouco sem ar nas boates que fui."
Vilminha, no entanto, não será apenas rebelde e moderninha. A personagem será também uma talentosa artista plástica.
"Ela terá muito trabalho artesanal. A Vilminha é uma pessoa que desenha muito", conta.
Por coincidência, Paloma vai interpretar o mesmo papel que foi de sua mãe, Debora Duarte, em 1975. A atriz revela que discutiu o papel com Debora, que ficou feliz com a escolha.
"Ela (Debora Duarte) me disse que, se o papel fosse entregue a outra pessoa, ela morreria de ciúme. Fico feliz em fazer o papel que foi de minha mãe", diz. "Mas eu preferi não me basear no trabalho de minha mãe. Acho que não haverá comparações."



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