São José dos Campos, Domingo, 3 de janeiro de 1999

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HISTÓRIAS 2
Objetivo dos historiadores do litoral norte é congregar registros e desvincular o trabalho do poder público
Pesquisadores querem criar fundações

da Folha Vale

Historiadores do litoral norte, que estudam as lendas, defendem a criação de fundações culturais nas quatro cidades para congregar todos os registros e desvincular o trabalho do poder público.
Segundo a pesquisadora e ex-secretária da Cultura de São Sebastião, Ana Maria Araújo, essa é a alternativa mais viável para o resgate das lendas regionais.
"Teria que ser feito um trabalho entre as quatro cidades, por meio de fundações, voltado ao incremento do turismo no litoral."
Ana Maria esteve à frente de projetos culturais na administração de São Sebastião entre 85 e 95. "Saí porque não queria que todo esse trabalho acabasse."
A pesquisadora discordou da postura adotada pela atual administração na área cultural.
Para o vice-presidente do Museu do Caiçara de Ilhabela, Nivaldo Simões, a preservação das lendas está diretamente vinculada à manutenção da cultura local. "Temos iniciativas no município para o resgate das histórias do nosso litoral, que até então eram mantidas apenas pela tradição oral."
Simões afirmou que a administração, por meio da Secretaria da Cultura, está promovendo uma série de atividades para o resgate das histórias por meio de manifestações folclóricas como a dança, a poesia e a pintura.
Uma dessas atividades é a exposição "Das Mãos à Obra", que conta com o trabalho de artistas em cerâmica, mosaico, além da mostra de artesanato caiçara.
Apesar da iniciativa local, pesquisadores da região acreditam que ainda existe muito a ser feito, como é o caso de Álvaro Dória Orceli, autor do livro "Causos de São Sebastião". "A prefeitura poderia ampliar os recursos investidos para incentivar a exploração das lendas sob o ponto de vista turístico."
Para o secretário de Turismo de Caraguá, Paulo Noronha, o ideal seria que a iniciativa privada incrementasse o turismo na região.
"O mercado ainda precisa ser explorado no litoral e não existem na região grandes empreendimentos nesse sentido."
Além das atividades de pesquisa promovidas pelos historiadores e representantes das administrações municipais, organizações não-governamentais estão se dedicando à recuperação de registros históricos da região.
Um exemplo desse caso é a Fundamar (Fundação Museu de História, Pesquisa e Arqueologia do Mar), que desenvolve trabalhos de pesquisa na área.



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