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HISTÓRIAS 2
Objetivo dos historiadores do litoral norte é congregar registros e desvincular o trabalho do poder público
Pesquisadores querem criar fundações
da Folha Vale
Historiadores do litoral norte,
que estudam as lendas, defendem
a criação de fundações culturais
nas quatro cidades para congregar
todos os registros e desvincular o
trabalho do poder público.
Segundo a pesquisadora e ex-secretária da Cultura de São Sebastião, Ana Maria Araújo, essa é a alternativa mais viável para o resgate
das lendas regionais.
"Teria que ser feito um trabalho
entre as quatro cidades, por meio
de fundações, voltado ao incremento do turismo no litoral."
Ana Maria esteve à frente de projetos culturais na administração de
São Sebastião entre 85 e 95. "Saí
porque não queria que todo esse
trabalho acabasse."
A pesquisadora discordou da
postura adotada pela atual administração na área cultural.
Para o vice-presidente do Museu
do Caiçara de Ilhabela, Nivaldo Simões, a preservação das lendas está diretamente vinculada à manutenção da cultura local. "Temos
iniciativas no município para o
resgate das histórias do nosso litoral, que até então eram mantidas
apenas pela tradição oral."
Simões afirmou que a administração, por meio da Secretaria da
Cultura, está promovendo uma série de atividades para o resgate das
histórias por meio de manifestações folclóricas como a dança, a
poesia e a pintura.
Uma dessas atividades é a exposição "Das Mãos à Obra", que conta com o trabalho de artistas em cerâmica, mosaico, além da mostra
de artesanato caiçara.
Apesar da iniciativa local, pesquisadores da região acreditam
que ainda existe muito a ser feito,
como é o caso de Álvaro Dória Orceli, autor do livro "Causos de São
Sebastião". "A prefeitura poderia
ampliar os recursos investidos para incentivar a exploração das lendas sob o ponto de vista turístico."
Para o secretário de Turismo de
Caraguá, Paulo Noronha, o ideal
seria que a iniciativa privada incrementasse o turismo na região.
"O mercado ainda precisa ser explorado no litoral e não existem na
região grandes empreendimentos
nesse sentido."
Além das atividades de pesquisa
promovidas pelos historiadores e
representantes das administrações
municipais, organizações não-governamentais estão se dedicando à
recuperação de registros históricos da região.
Um exemplo desse caso é a Fundamar (Fundação Museu de História, Pesquisa e Arqueologia do
Mar), que desenvolve trabalhos de
pesquisa na área.
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