São José dos Campos, Quinta-feira, 07 de Dezembro de 2000

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NARCOTRÁFICO
Além do revendedor de carros de São José, comissão quer investigação de 2 que supostamente atuavam na região
CPI pede indiciamento de Tony por tráfico

KEILA RIBEIRO
DA FOLHA VALE

O empresário Antonio de Pádua Costa Maia, o Tony, de São José dos Campos, teve o seu indiciamento solicitado pela CPI do Narcotráfico por envolvimento com tráfico de drogas e lavagem de dinheiro, em relatório aprovado ontem pela comissão.
O sub-relator da comissão Celso Russomano (PPB-SP) disse que há mais dez nomes de pessoas na região que podem ser indiciados pela CPI, mas que estão sendo mantidos em sigilos até que as apurações da Polícia Federal sejam concluídas.
Além do empresário, o deputado disse que há mais dois nomes de indiciados que não são da região, mas estariam envolvidos com o tráfico no Vale do Paraíba e no litoral norte.
Tony é citado no relatório da CPI como "um dos maiores traficantes na região de São José dos Campos".
O empresário responde a um inquérito por ter sido encontrado cerca de 300 gramas de cocaína, maconha e crack em um carro que estava próximo a uma de suas quatro concessionárias de veículos no início do ano.
A droga foi encontrada por policiais civis por meio de uma denúncia anônima. Tony contestou as acusações, o que vem fazendo desde que seu nome foi citado pela primeira vez, e disse que as provas contra ele foram forjadas.
Outra que teve o indiciamento pedido é a traficante Sônia Aparecida Rossi, a Maria do Pó, presa em abril e transferida nesta semana da Casa de Custódia de Taubaté para Penitenciária Feminina de São Paulo. Ela é acusada de liderar o tráfico em Campinas.
Maria do Pó foi detida pela Polícia Federal com seu marido, Cláudio da Silva Santos, com uma sacola com quatro quilos de cocaína que havia buscado em Taubaté.
A traficante é uma das acusadas de sumir com 340 kg de cocaína do IML (Instituto Médico Legal) de Campinas, em 99.
Segundo a polícia, ela também seria responsável pela conexão do tráfico com o Vale e litoral e pela corrupção de policiais.
Outro empresário investigado pela CPI é Ari Natalino da Silva, um dos proprietários da rede de postos Petroforte, que tem unidades no litoral norte.
Natalino é acusado pela comissão de utilizar aviões de uma de suas empresas para transportar drogas em uma conexão entre Atibaia e o litoral.
Em março, um avião bimotor a serviço da Petroforte fez um pouso forçado no aeroporto de Pindamonhangaba.
A CPI acusou Natalino de estar transportando dinheiro do tráfico no bimotor.
O empresário disse que alugou o avião para transportar dinheiro dos postos de combustíveis do litoral como forma de segurança.


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