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A indústria bélica Mectron, em São José dos Campos, fechou esta semana um contrato de R$ 90 milhões com a AMI (Aeronáutica Militar Italiana) para a produção de radares de bordo para caças AMX da frota italiana.
Os radares brasileiros SCP-01, que estão sendo desenvolvidos pela Mectron, serão fabricados em conjunto com a Officine Galileo, da corporação italiana Alenia Difesa. O equipamento tem a função de orientar o piloto em operações de ataque durante combate aéreo.
A previsão do diretor comercial da Mectron, Rogério Salvador, é que sejam fabricados 91 radares para equipar parte da frota italiana, que possui 168 aeronaves, adaptadas para receber o radar brasileiro. A duas empresas fornecedoras terão custo de R$ 120 milhões no projeto e na produção do equipamento, ainda em fase de homologação, e que está sendo testados em aviões AMX da Embraer.
Os radares começarão a ser produzidos daqui a um ano e meio. Salvador disse que os contratos atendem à necessidade de renovação das aeronaves da organização militar.
Apesar do novo contrato, Salvador não acredita no reaquecimento do setor, que vem sofrendo baixas nos últimos anos no Vale do Paraíba.
"Os contratos atendem a uma necessidade de renovação da frota italiana. A tendência é a estabilização do setor. Não acredito que vá haver grandes mudanças", disse Salvador.
A Mectron emprega 130 funcionários, e seus principais clientes são o CTA (Centro Técnico Aeroespacial), Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) e a FAB (Força Aérea Brasileira), que também encomendou 60 radares. A encomenda representa 30% da produção de radares da empresa.
A empresa chegou a investir R$ 2 milhões na construção de novas instalações para atender aos novos projetos na área de radares. O faturamento projetado da empresa é de R$ 10 milhões, e a maior parte dele provém de projetos de defesa do espaço.
Essa é a primeira vez que uma indústria do setor no Brasil fornece equipamentos para uma organização italiana.


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