JOSÉ ERNESTO CREDENDIO
da Folha Vale

Depois de quatro anos de avaliação, as faculdades de engenharia pagas no Vale do Paraíba não conseguiram reverter os resultados no máximo medianos obtidos no Exame Nacional de Cursos, o provão, do Ministério da Educação.
O ministério divulgou ontem o resultado do último provão, que incluiu 12 instituições de ensino superior do Vale e litoral norte.
Os cinco cursos de engenharia nas particulares analisados obtiveram no máximo nota C -a civil da Unitau (Universidade de Taubaté) e a elétrica da Univap (Universidade do Vale do Paraíba) ficaram com D.
Além da Unitau e a Univap, passaram pelo provão os cursos de engenharia da Escola de Engenharia Industrial de São José, que obteve C, e o da Unesp de Guaratinguetá.
O curso de engenharia química da Unesp subiu um conceito e chegou a A.
Já a área civil fez o caminho inverso e passou de B paraC.
Outro resultado considerado ruim pelas universidades foi o alcançado pelo curso de odontologia da Univap e da Unitau, que receberam D.
Nas duas áreas -odontologia e engenharia-, o provão revelou que se mantém o fosso entre as faculdades pagas e as instituições públicas de excelência.
O curso engenharia civil do ITA (Instituto Tecnológico da Aeronáutica) obteve o quarto A consecutivo, a melhor nota.
Já odontologia da Unesp (Universidade Estadual Paulista) de São José chegou à terceira nota máxima nas avaliações.
Entre todas as avaliações, a menor nota foi atribuída pelo MEC ao curso de letras das Faculdades Integradas Módulo, de Caraguatatuba, que recebeu E, a mais baixa da escala.
A diretora da faculdade, Angelina Pagés, disse ontem que pretende promover modificações no corpo docente e na proposta pedagógica do curso.

Oficial
A assessoria de comunicação da Unitau informou que só vai se manifestar quando receber o boletim oficial com todos os dados do provão.
A Unitau ficou com o conceito D também em economia e medicina, que passaram pela avaliação pela primeira vez.
Os cursos mais bem avaliados foram de matemática e letras, que conseguiram a nota B.
A diretoria da Escola de Engenharia Industrial de São José não quis comentar o assunto. A instituição indicaria uma pessoa para falar sobre o resultado, o que não ocorreu ontem.

Investimento
O pró-reitor da Univap Antonio de Souza Teixeira Júnior, que também não havia tido acesso às planilhas do provão, disse que o resultado foi uma surpresa.
A engenharia civil conta com 120 vagas em curso noturno, que dura seis anos.
"O que é papel direto da universidade, como investimentos em estrutura e corpo docente, estamos cumprindo. Não posso dizer como estavam os alunos no dia do exame", afirmou.
Segundo o pró-reitor, a Univap está investindo US$ 350 mil somente em equipamentos para os cursos de engenharia. Ex-ministro-interino da Educação, Teixeira Júnior sugeriu que sejam feitas mudanças no sistema de avaliação do ensino superior.


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