São José dos Campos, Sábado, 12 de junho de 1999

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Seccional afasta 17 carcereiros e reforça policiamento no Putim

Roosevelt Cássio/Folha Imagem
O chefe da carceragem da Cadeia Pública de São José, Flávio Jacinto, afastado do cargo


da Folha Vale

A Delegacia Seccional de São José dos Campos determinou ontem o afastamento dos 17 carcereiros que trabalharam na cadeia pública no último domingo, dia em que foi registrada a fuga em massa.
Com a medida, os funcionários vão realizar tarefas administrativas em distritos policiais da região.
No início da semana, o delegado-seccional e o diretor da cadeia foram afastados.
O carcereiro Paulo Roberto Filho, que foi preso em flagrante sob a acusação de ter facilitado a fuga, teve seu pedido de relaxamento de prisão negado pela Justiça.
Segundo o novo delegado-seccional de São José dos Campos, Roberto Monteiro de Andrade Júnior, a medida foi determinada pela "cúpula da polícia".
"Não há condições de fazer um trabalho de investigação com a presença deles na cadeia", disse Andrade Júnior.
Andrade Júnior afirmou que carcereiros de outros estabelecimentos da região deverão ser chamados para suprir as vagas.
O chefe da carceragem, Flávio Jacinto, disse que os funcionários não tinham sido comunicados sobre o afastamento até ontem.
Para reforçar a segurança da cadeia, o delegado disse que a base do Garra (Grupo Armado de Repressão a Roubos e Assaltos), em São José, que atualmente funciona na Delegacia Regional, será transferida para a cadeia do Putim. O grupo especializado é formado por 16 policiais e quatro carros.

Recontagem
A direção da cadeia começou ontem um trabalho de recadastramento para descobrir o número de foragidos e o total de presos.
Segundo o diretor da cadeia, Luiz Ailton Valias Borges, o processo está sendo feito individualmente, o que causa a demora. Borges afirmou que até ontem 145 presos haviam sido recapturados.
Anteontem, a Delegacia Regional divulgou que fugiram 315 dos 458 presos que estavam na cadeia. A Secretaria da Segurança Pública havia divulgado 345 fugitivos dos 485 que estavam na cadeia.
A partir da próxima segunda-feira, a Corregedoria da Polícia Civil começa o trabalho de investigação sobre o caso, ouvindo o depoimento dos envolvidos.
Segundo o delegado da assistência policial Antonio Perez Oliva, a idéia é obter uma conclusão sobre o inquérito antes do término do prazo de prisão preventiva de Roberto Filho. "Também devo ouvi-lo na próxima semana."
Já as lideranças partidárias da Assembléia Legislativa decidem na próxima semana os nomes dos três deputados que faltam para compor a comissão de representação e acompanhamento do caso.



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